O mercado de Clínicas Populares

O conceito “clínica popular” surgiu inicialmente nos Estados Unidos e ganhou força no Brasil a partir dos anos 2000. Esse tipo de estabelecimento nada mais é do que clínicas particulares que oferecem consultas com especialistas e exames básicos de saúde a preços abaixo do mercado e com maiores facilidades de pagamento.

No Brasil, as clínicas populares se estabeleceram nas principais cidades do país entre os anos 2000 a 2015, para atender fundamentalmente a demanda reprimida do atendimento a especialidades médicas do SUS (Sistema Único de Saúde). Durante esse período, a estratégia da maioria das clínicas populares era voltada a oferecer consultas médicas a consumidores de menor poder aquisitivo (classes D e E), praticando preços acessíveis, abaixo do mercado.

Entre o período de 2010 a 2015, os gestores que permaneceram à frente dos seus negócios, bem como os novos entrantes, passaram a adotar novas estratégias tais como: novos modelos de negócios (início da franchising e crescimento de redes próprias), a entrega de melhores serviços e estrutura, a oferta de exames e procedimentos como cirurgias e tratamentos, além de maiores investimento em marketing.

Essas novas configurações impactaram principalmente na estratégia de precificação – os preços tornaram-se superiores aos praticados até então e, na consequente ampliação dos públicos consumidores, públicos mais exigentes e com maior poder aquisitivo também passaram a fazer parte da gama de clientes potenciais. Nesse contexto, algumas clínicas passaram a se denominar “clínica acessível” ao invés de “clínica popular”, visando estabelecer um novo segmento, com maior qualidade em relação ao anterior.

É nesse contexto que emergem novos modelos de negócios na saúde privada, como as clínicas populares.

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