Conexão Madri e Porto Alegre: South Summit Brazil 2023 aproxima polos da cultura inovadora
Diretor de Projetos da Invest in Madrid, Diego de Arístegui Laborde, e a Diretora da Escola de Negócios da IE University, Annick Janssens falam com exclusividade sobre inovação, empreendedorismo e mentalidade para inovar
Atualizado em: Leitura: 3 minutos
Distantes pouco mais de nove mil quilômetros, Madri e Porto Alegre nunca estiveram mais próximas uma da outra. E não é o clima ensolarado, a língua latina ou mesmo a paixão pelo futebol os fatores responsáveis por esse flerte.
Ao invés destes lugares comuns – que, de fato, são quesitos similares às duas cidades e culturas – é a efervescência empreendedora orientada pela inovação que está fazendo com que cada dia mais a Capital Espanhola seja ao mesmo tempo espelho e reflexo da Capital dos gaúchos.
E quem corrobora com todo esse contexto – Madri e Porto Alegre – acima é o Diretor de Projetos da Invest in Madrid, Diego de Arístegui Laborde, e a Diretora da Escola de Negócios da IE University, Annick Janssens. Ambos pela segunda passagem por Porto Alegre, eles foram dois dos principais destaques do South Summit Brazil 2023 e falaram com exclusividade ao Sebrae RS.
“A South Summit escolheu a cidade (POA) da mesma forma que escolheu Madri no passado, onde o evento foi criado: é onde a inovação está. Neste momento, Porto Alegre é o hub de startups no Brasil”, aponta Diego.
Segundo ele, localidades onde a inovação é fomentada por meio de políticas sociais, econômicas ou educacionais são os locais que terão um futuro próspero de forma natural. “Hoje não existe um país ou um setor do mercado que não aposte em inovação”, resume.
Pequenas idéias, grandes soluções
Em meio a uma atmosfera efervescente onde quem predomina são as startups de tecnologia, o South Summit pode deixar uma primeira impressão de que inovação é para poucos.
“Inovação pode ser uma palavra perigosa no sentido que pode afastar muitas pessoas que querem desenvolver idéias e acham que não podem fazê-lo. As pessoas pensam que para serem inovadoras elas necessitam reinventar a roda ou voar para a lua. Nada mais errado”, destaca Annick.
Ela recorre a uma situação comum vivenciada quando interage com estudantes ou profissionais ávidos por sucesso. “Eu nunca gosto quando um jovem empreendedor vem até mim e diz que será o próximo *Unicórnio.
Essa não deveria ser uma meta. O correto seria dizer ‘Vou resolver este problema’, esse é o ponto de partida. É o pensamento base de todos os grandes empreendedores modernos: encontrar soluções de problemas pequenos dentro de suas realidades”, comenta.
*Startups com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão antes de tornarem o Capital público
Na mesma linha, o diretor da Invest in Madri resgata um outro exemplo real para ilustrar um ponto que julga importante: a mentalidade das pessoas para com o tema na inovação e da visão empreendedora.
“Há 15 anos, se você perguntasse a um estudante espanhol no que ele gostaria de trabalhar, boa parte diria que gostaria de atuar no serviço público ou em uma grande corporação. Hoje, muitos deles respondem dizendo que querem se tornar empreendedores ou querem iniciar uma startup”, conta.
Esse movimento é também identificado pela sua parceria de South Summit. “Inovação diz respeito à atitude. O fato de Porto Alegre e Madri não serem as principais referências, por exemplo, como São Francisco (USA) ou São Paulo (BRA) faz com que as pessoas se energizem e se motivem a desenvolver ideias”, complementa Annick.
Inovação: pessoas ou tecnologia?
Além de atitude e mentalidade inovadora, a tecnologia é outro fator comumente associado ao tema – muitas vezes, de forma condicionante a ela. É preciso ser grande para inovar? É preciso um alto aporte financeiro para tanto?
No ambiente dos pequenos negócios, das pequenas empresas, essas e muitas outras questões são comuns. Os especialistas, no entanto, não têm dúvidas: é o ser humano a força motriz das ações inovadoras dentro das empresas. “Atuando em uma universidade, posso garantir que inovação está mais associada com pessoas do que à tecnologia”, conta Annick.
De malas prontas para retornar à Espanha nos dias seguintes e já pensando em desenvolver a língua portuguesa em vistas às futuras vindas ao Brasil, Laborde finaliza. “A força de um ecossistema de inovação está nas pessoas, no talento. Talento é essencial. Tecnologia é uma ferramenta”, garante.
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