Saúde 2023: tendências e oportunidades

Humanização, saúde digital e nova gestão pública são temas que terão destaque em 2023.

Atualizado em: 03/02/2023 (09/02/2023) Leitura: 4 minutos

A pandemia trouxe as fragilidades, mas também deixou evidente a capacidade de resposta dos sistemas de saúde do mundo todo. Ainda assim, segue a busca constante de promover um sistema mais integrado, sustentável e que viabilize um acesso mais qualificado à população.

Alguns temas estratégicos e práticos serão destaques em 2023, vamos a eles?

Humanização

É a relação direta entre tecnologia e contato do médico mais humanizado com o paciente. Segundo o Fundador e diretor do Scripps Research Translational Institute, e um dos mais influentes nomes da IA aplicada à saúde, o médico cardiologista Eric Topol defende que essa tecnologia pode e deve ser o futuro da medicina. A utilização de tecnologias pode identificar e prevenir doenças de forma mais exata e prevenir erros médicos. Outro ponto de destaque que está totalmente relacionado com a humanização e tecnologia é a telemedicina 2.0, uma ferramenta de troca de informações.

Saúde Digital

Acelerada no Brasil, sob os desafios impostos pela pandemia da Covid-19, a saúde digital tem muito a acrescentar.

A jornada do paciente tem que servir de base para a inovação e para a qualificação de procedimentos que, cada vez mais executados por equipes multidisciplinares e familiarizadas com a tecnologia e a cultura de resultados, trazem mais entregas de valor. Na opinião professor da Universidade de Stanford, Robson Capasso, a primeira regra é obedecer a lógica de que o problema vem antes da solução. “Tem muita tecnologia sendo criada para aplicações onde não é necessária ou para demandas inexistentes.” A transformação digital no setor saúde está em curso, mas há muito a ser corrigido para o processo alcançar os resultados esperados.

Conheça o Case Saúde Digital: PROGRAMA DO PROADI-SUS MOSTRA POTENCIAL DA TELEMEDICINA – o projeto Ambulatório de Teleespecialidades

Carlos Pedrotti, gerente médico no Hospital Israelita Albert Einstein, aborda no case o potencial da telemedicina que vai além do que simplesmente evitar visitas desnecessárias ao pronto-socorro. O projeto “Ambulatório de Teleespecialidades”, do Proadi-SUS, está qualificando e multiplicando, com equidade, o acesso à saúde em localidades remotas e carentes.

O projeto de teleespecialidades possibilita que médicos em mais de 190 pontos da região Norte do Brasil recebam o apoio remoto de especialistas do Einstein para avaliação de casos mais complexos. Isso ocorre antes de decidirem pelo encaminhamento para hospitais que ficam a dias de viagem de barco, por exemplo. “Foram mais de 60 mil consultas em um ano e somente 1% precisou de atendimento em outras unidades”, segundo Pedrotti. O serviço oferece especialidades como cardiologia, neurologia, reumatologia, pediatria, pneumologia, psiquiatria, entre outras, e, em vez de o paciente ir ao especialista, o especialista vai ao paciente. O projeto ressaltou o ciclo virtuoso proporcionado pela telemedicina com redução de custos de transportes e emissão de gases, liberação de recursos escassos para outras prioridades das comunidades, além de mais bem-estar para os pacientes e familiares. O projeto já está sendo expandido para o Nordeste e o Centro-Oeste.

Nova Gestão Pública

É uma forma de olhar para a saúde do país com o objetivo de reestruturação e recuperação de projetos que são essenciais para a população, destacando os seguintes pontos:

O resgate do programa nacional de vacinação que, atualmente, apresenta queda de cobertura em níveis preocupantes, com recuperação da imunização da população para acima dos 95%.
Enfrentamento da pandemia no sentido de compreender o impacto da Covid-19 na qualidade de vida da população e buscar recursos que possam garantir uma gestão mais adequada em situações futuras.
A estabilização da Farmácia Popular e a assistência farmacêutica do SUS também surgem no topo da lista, sobretudo para restabelecer o fornecimento de medicamentos para o tratamento de doenças graves como hepatite e HIV, bem como a busca pela redução da fila de espera por procedimentos e consultas do SUS.
A necessidade de desburocratizar o sistema de saúde privado, ator fundamental na melhoria da saúde como um todo.
A atenção a saúde mental e ao público idoso.
Investimentos em tecnologia e qualificação profissional.

O ex-ministro da Saúde e membro da coordenação do Programa de Saúde do governo eleito, Arthur Chioro, apresentou as principais propostas acima, que devem guiar o Ministério da Saúde nos próximos quatro anos.

Saúde 2023: Tendências e Oportunidades

Telemedicina – Atendimento Remoto

A pandemia acelerou o processo de telemedicina iniciado anteriormente, onde pacientes são atendidos remotamente em assuntos de medicina. Uma das tendências é o monitoramento remoto de pacientes em combinação com aparelhos no paciente, como relógios, além de wearables. Alguns exemplos são:

- Atendimento para pessoas com insônia (SleepUp)
- Fisioterapia via acesso e monitoramento remoto (Dycare).

Miniaturização

Aparelhos e equipamentos médicos têm se tornado cada vez menores, mais flexíveis e com preço mais acessível. Esses aparelhos deram entrada em várias especializações da medicina como laboratórios, cirurgias, imagens, etc. Alguns exemplos são:

- Equipamento para exame de pele com resultado imediato, sem necessidade de laboratório (Refined Laser)
- Microscópio a laser em tamanho de duas caixas de sapatos, transportável (MeiLuft).

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Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) em Medicina

A utilização de novas tecnologias de TIC (software, hardware com smartphones e telecomunicação) no setor de medicina permitiu que novas soluções surgissem para médicos e pacientes. Equipamentos de medicina atuais vêm com apoio de software e comunicação com outros aparelhos. Alguns exemplos são:

Aplicativo de celular ligado ao coletor caseiro para exames de urina (medipee);
Treinamento e exercícios cognitivos, sensoriais para idosos com óculos de realidade virtual (Cureosity).

Minimamente invasivo

Intervenções minimamente invasivas tem uma incisão menor no paciente, menos dor de cortes, menor perda de sangue, mais rápida recuperação, entre outros. Uma nova tendência é a utilização de robôs em cirurgias minimamente invasivas. Por exemplo:

Adaptador tipo USB para celular para tratamento de picada de insetos (heatit).

Robotização

O primeiro grande robô utilizado em cirurgias foi o Da Vinci em 2000. Desde então, muita experiência foi adquirida e muitas opções estão disponíveis atualmente, sendo mais flexíveis, menores e de custos mais competitivos.

Um robô auxilia o médico dando maior precisão e mais segurança na intervenção. Diversas áreas utilizam robôs, como ortopedia (coluna, joelho, trauma) e urologia, mas também robôs ‘humanoides’ para interação e atendimento de moradores em casas de idosos. Um exemplo é: