ESG nas empresas: quais as vantagens?
Entrevistamos a especialista Helen Camargo que trouxe dicas e boas práticas ao adotar ESG nas empresas.
Atualizado em: Leitura: 3 minutos
Cada vez mais difundida no mercado, a temática ESG é importante para todas as empresas, não importa o porte ou a área de atuação do negócio. A sigla, relacionada com as pautas ambiental, social e de governança, refere-se às boas práticas de gestão, defende a especialista Helen Camargo de Almeida, gerente de negócios sustentáveis do Centro Sebrae de Sustentabilidade. Durante a entrevista, Helen desmistificou a sigla ESG trazendo exemplos do tema para micro e pequenas empresas e dicas para empreendedores que desejam cada vez mais investir nessa área para se diferenciar nos negócios.
As vantagens de investir em boas práticas ESG nas empresas
Empresas que investem em boas práticas ESG facilitam o caminho para atrair investimentos, fidelizar clientes e reduzir custos de operação. O primeiro passo para investir nessa direção é buscar informações e olhar para o negócio, identificando boas práticas que estejam sendo adotadas e encontrar oportunidades de ações. Depois, é importante que o empreendedor organize as informações envolvendo as pautas ESG. “As informações precisam estar organizadas. Então, eu posso ter boas práticas com funcionários, boas práticas sociais com a comunidade e boas práticas ambientais, mas se eu não tiver isso organizado, documentado, evidenciado, fica difícil depois fazer um reporte. Por isso a governança é importante”, ensina Helen.
Apresentar evidências é um ponto importante para uma empresa que busca recursos no mercado, como linhas de financiamento ou apoio de investidores, mas essa boa prática também é importante na comunicação da empresa com outros públicos, como clientes e fornecedores. A governança ajuda nesse sentido e é uma das letras que compõem a sigla ESG. “Quando a gente fala de governança, estamos falando de transparência no processo, de ter o processo (envolvendo as práticas ESG) sistematizado, ter uma política que direciona, que declara o que eu estou fazendo, ou ter diretrizes que podem ser construídas de forma muito simples”, explica.
Fidelização de clientes e redução de custos
Uma pesquisa feita no Brasil pelo Google, em parceria com a MindMiners e o Sistema B, revelou que apesar de 87% das pessoas considerarem as questões ambientais, sociais e de governança importantes, apenas 20% ouviu falar do termo ESG. Para Helen, apesar da temática ESG ainda não ser o principal critério na decisão de compra, boas práticas na área geram um diferencial importante. “Se você tem qualidade, bom atendimento, um preço justo e tem outras práticas que agregam ao seu negócio, a sociedade e o cliente reconhecem”, considera.
Conforme a especialista, os consumidores comparam as empresas e, quando percebem que elas oferecem soluções similares, tendem a optar pela marca que tem a melhor prática envolvendo os funcionários, a comunidade ou a gestão ambiental. “Hoje já temos consumidores dispostos a pagar mais por esse tipo de iniciativa”, acrescenta. Nem todas as novas ações envolvendo as pautas ESG exigirão investimentos por parte das empresas. Helen cita exemplos de ideias criativas e lembra que, em curto, médio ou longo prazos, as boas práticas ESG podem trazer redução de custos para os negócios. “Principalmente em relação à prática ambiental, se você tem desperdício de energia, de material, de matéria-prima”, observa.
Depois de investir em boas práticas, comunique suas ações!
Depois de investir em ações de ESG e documentar as mudanças e os benefícios observados, é importante que as micro e pequenas empresas divulguem essas informações para o público. “A primeira dica é organizar, minimamente, essas informações. Se você faz boas práticas ambientais, você faz uma medição? Por exemplo, quanto você economizou de água potável com um projeto de captação de água de chuva? É importante ter essa informação e dizer isso para o seu cliente, porque, dependendo do local, a água potável é algo escasso”, orienta Helen.
A especialista considera fundamental a empresa ter evidências de suas boas práticas ESG para só depois externalizar isso para o mercado. “Importante ser muito verdadeiro. Um cuidado que precisa ter é comunicar mostrando evidências, porque isso dá credibilidade e transparência, mostra que a empresa é organizada e sabe o que está fazendo. Importante não entrar na moda de fazer uma coisa e falar que faz um monte de coisas, na ansiedade de dizer que tem boas práticas e, eventualmente, dar uma imagem que é ‘super ESG’ sem ainda ter chegado nesse nível”, alerta.
Quer mais dicas da especialista? Então clique no botão abaixo e escute e entrevista na íntegra.
Gostou desse post?
Conteúdo escrito por: