Resale e o boom da circularidade

O mercado de produtos usados não para de crescer. Descubra a tendência que está movimentando o varejo mundial e como aproveitá-la no teu negócio.

Atualizado em: Leitura: 3 minutosNível: Intermediário

Não é nenhuma novidade que o mercado mundial está atrás de soluções que reduzam o impacto ambiental do consumo. Nos últimos anos, sustentabilidade, economia verde e, mais recentemente, ESG são pautas sempre em alta em discussões sobre negócios dos mais variados setores. 

Mas quando o setor é o varejo, como reduzir o impacto desse consumo? 

A alternativa que mais movimenta o setor atualmente é o Resale. Também conhecido como Preloved, Mercado Circular, Upcycling e Second Hand, Resale nada mais é que a compra e venda de produtos usados. 

O termo começou a ganhar força em discussões globais por volta de 2019, mas foi no período da pandemia que se tornou destaque. A incerteza causada pelas lojas vazias fez com que indústrias e marcas de todo o mundo pensassem em maneiras de movimentar o mercado. A venda de produtos usados surge então como a alternativa ideal, pois sem os custos de produção de novos produtos, o risco de prejuízos era consideravelmente menor. 

Cerca de 3 anos depois, a tendência de consumo se torna cada vez mais realidade e foi apontada como uma das 5 principais tendências da NRF 2024. A tendência, que faz parte de esforços ambientais e de recuperação do varejo pós pandemia, ainda serve como estratégia para aproximar do varejo um público tão desafiador: a geração Z. 

O impacto da Geração Z 

Comprometidos com soluções ambientais que reflitam no futuro do planeta, os GenZ – como também são conhecidos os nascidos entre 1995 e 2010 -, vêm moldando a forma de consumir e, por consequência, redefinindo a forma que grandes marcas vendem e se comunicam. Em 2030, estima-se que os consumidores da geração Z representarão 55% das pessoas que frequentam as lojas, por isso é tão importante entender e adequar as estratégias do teu negócio a esse público e às transformações que eles vêm causando no mercado. 

Outro ponto valorizado pela geração Z é a autenticidade. Produtos e experiências únicas, que se diferenciem da infinidade de peças iguais com que estamos tão acostumados a encontrar nos varejos tradicionais são mais valorizados por estes consumidores. 

E o que isso tem a ver com o Resale? 

Tudo! A venda de um produto usado ajuda na economia de recursos, pois não há a necessidade de passar por todo o processo de produção novamente; evita o acúmulo de resíduos, pois o que antes seria descartado agora ganha uma nova vida com outra pessoa; e proporciona um senso de exclusividade ao consumidor, já que a probabilidade de encontrar produtos repetidos se torna muito menor. O preço reduzido destes produtos também surge como um importante atributo dessa tendência, afinal, preço ainda é o fator central na decisão de compra da grande maioria dos consumidores do varejo. 

E não te deixa enganar, não são só os mais jovens que têm interesse pela venda de produtos usados. Segundo pesquisa feita pela WD Research, nos EUA, as pessoas de 18 a 29 anos são as mais engajadas neste mercado. Porém, na faixa de 30 a 44 anos, 51,4% dos participantes afirmaram também se interessar e consumir produtos de segunda mão.  

 Duas mulheres conversando no caixa de uma loja enquanto negociam.

Mas, e o pequeno negócio? 

Para o micro e pequeno empreendedor, a prática da circularidade surge como oportunidade. Seja no comércio de ferramentas, móveis, produtos esportivos, moda e muitos outros, a tendência de Resale surge como alternativa aos custos envolvidos na comercialização de produtos novos, e também como estratégia de trazer consumidores para dentro dos teus pontos de venda. 

No mercado circular, quem vende também é quem compra! 

Foi o que apresentou Seana Strown, representante da IKEA, gigante sueca do mercado de móveis e decoração, com mais de 400 unidades em 50 países. Na NRF, Strown contou como a IKEA viu suas vendas subirem 78% com a criação de uma seção de usados em suas lojas. “Se o cliente foi na loja disposto a comprar uma mesa por US$100 e chegando lá encontra uma usada por US$50, ele se sente beneficiado, respeitado e acaba gastando os outros US$50 – ou mais, em itens novos na loja”, afirmou a chefe de design de varejo e identidade de mobiliário doméstico da empresa nos Estados Unidos. 

Experiência de compra no centro da estratégia 

Embora a venda de produtos usados possa remeter aos antigos brechós, sebos e outros modelos de lojas já conhecidos pelo mercado brasileiro, a tendência do Resale traz um grande diferencial: a preocupação com a experiência de compra dos consumidores. Espaços físicos ou virtuais atraentes, produtos restaurados e conservados e estratégias de venda que se comuniquem com o mercado atual são essenciais para que os negócios que aplicam o Resale atinjam seu potencial. 

 

Seja como o propósito central do teu negócio, ou como estratégia para trazer consumidores pra tua loja e aumentar o teu ticket médio, a circularidade no varejo parece ter vindo para ficar. Quer saber como colocar todas essas dicas em prática? É só acessar o nosso conteúdo gratuito.

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Conteúdo escrito por:

Sebrae
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