Ecossistema e Inovação: o que foi falado no South Summit Brazil 2023
Ecossistema e Inovação foi um tema abordado por diversos palestrantes no South Summit Brazil 2023
Atualizado em: Leitura: 5 minutos
Ecossistema e Inovação foi um assunto dominou os debates do Demo Stage, no primeiro dia do South Summit Brazil 2023. Focado no trabalho colaborativo entre parceiros, um ecossistema abrange diversos atores de interesse que, unidos, fomentam o desenvolvimento e contribuem com sua expertise para a evolução da economia e dos negócios locais.
O termo “ecossistema” é usado para designar a ideia de cooperação em um ambiente diverso. Explorando o significado etimológico da palavra, eco significa casa e sistema é a interdependência que conecta os elementos naquele espaço.
Os palestrantes que abordaram ecossistema e inovação
Durante sua palestra sobre ecossistemas e inovação, Jorge Audy, do TECNOPUC, explicou que o conceito de ecossistema vem sendo explorado desde o final da Segunda Guerra Mundial, quando os primeiros parques científicos foram criados para aplicar as tecnologias desenvolvidas naquele período.
A ideia de ecossistema começou dentro das universidades que, com o passar do tempo, agregaram outros atores relevantes que pudessem somar aos processos e auxiliar na busca por resultados. Um sistema como esse pode ser composto por empresas, governos, aceleradoras, startups e outros segmentos sociais que devem contribuir ao debate, assumindo responsabilidades dentro daquele ambiente.
Ainda de acordo com Audy, a metáfora da floresta tropical, criada pelo estudioso Victor W. Hwangno, descreve de forma eficaz o que o um ecossistema significa de fato: “Os melhores ambientes do mundo para gerar inovação são aqueles que têm a cara da Floresta Amazônica. Essa imagem representa a diversidade, pois une tudo, animais, árvores, plantas, todos vivendo juntos (…) Sistemas diversos, que se sustentam, geram ainda mais sustentabilidade”, disse.
“É por meio de um processo colaborativo, onde cada parte responsável coopera para alcançar um resultado esperado, que o conhecimento é transformado em riqueza, emprego, renda, desenvolvimento científico e econômico”, acrescentou Audy.
Ter empresas inseridas em ecossistemas com foco em inovação é uma forma de manter essas corporações conectadas com as novas tendências. De acordo com Rodrigo Gruner, Diretor de Inovação e Novos Negócios da Vivo, essa inserção é imprescindível, pois as empresas precisam se aproximar da disrupção das startups em busca de ouvir as necessidades dos clientes, para então investir em novos produtos e serviços.
A palestra Corporates and Ecosystems Designed for Collaboration reuniu cinco painelistas com expertise na criação de ecossistemas que fomentam a inovação e o empreendedorismo. Bianca Dallegrave, do Instituto Caldeira, acrescentou que é necessário fomentar e aplicar a lógica do ecossistema dentro do conceito de reciprocidade: O valor compartilhado deve ser o mesmo entre todas as partes e é fundamental que todos os parceiros estejam de acordo com essa questão.
Quando mencionados os princípios que devem nortear a criação de um ecossistema com foco em inovação, Gustavo Rosa Silva, da Questtono Maynone, acrescentou que existem três itens que precisam ser seguidos para o sucesso de um ecossistema:
- A reciprocidade, que deve ser um acordo entre as partes para que todas trabalhem norteadas pelos mesmos valores, propósitos e responsabilidades;
- A transparência, por meio do compartilhamento de dados e informações que serão relevantes para todos os parceiros envolvidos naquele projeto, visando ao bem comum e à entrega de resultados;
- E a experimentação, pois um projeto não vai dar certo de primeira, de modo que o processo é parte da aprendizagem necessária para que o produto, ou serviço, seja criado da maneira correta.
Marie Timoner, da RX Ventures e Lojas Renner, explicou que manter o seu potencial de inovação dentro de apenas um perímetro, sem um trabalho que possa expandi-lo a novos públicos por meio da colaboração, é um potencial perdido. O conceito de inovação aberta vem como forma de incentivar as organizações a apostarem em soluções diferenciadas, trazendo para dentro da empresa o trabalho em parceria com startups e outros agentes de inovação.
“É um trabalho árduo que está ligado à capacidade das pessoas de transformar e modificar a forma que o trabalho foi criado desde o início, permitindo que parceiros façam parte dessa construção e entreguem resultados diferentes do que o planejado inicialmente. É também um trabalho de resiliência”, acrescentou.
Na visão de Maximiliano Carlomagno, da Innoscience, uma vez que as empresas estejam organizadas, é possível colaborar de forma efetiva como ecossistema e trazer bons resultados. Para isso, é necessário ter clareza de quais resultados você quer alcançar e, acima de tudo, investir em capacitação com as equipes.
Mas um ecossistema é feito apenas com o objetivo de criar produtos e serviços? Não necessariamente. Um ecossistema focado em inovação pode fomentar o empreendedorismo e potencializar o conhecimento de outras pessoas que irão, no futuro, se destacar em suas áreas de atuação.
De acordo com Itali Pedroni Collini, da Potencia Ventures, quando olhamos para um ecossistema, não olhamos só para corporações e startups, como também para aceleradoras e universidades, pessoas e outros tipos de investimentos disponíveis que possam agregar nesse projeto.
“Quando olho para a construção de ecossistema penso em trazer aceleradoras, educadoras, executivos e startups. Estou no meu quadrado entendendo minha responsabilidade no ecossistema e agindo para que a posição que eu estou possa transformar, e articular, o resto dessas interações”, disse.
Para que um ecossistema dê certo, o entendimento de responsabilidade é um fator crucial e que deve ser sempre reforçado. “Comece a mapear as responsabilidades que cada um dos atores vão ter e no que isso vai gerar de resultado. Porque, no final, você não constrói um ecossistema só para fomentar o empreendedorismo. Você tem um papel e precisa convidar pessoas para contribuírem dentro dessa realidade”, detalhou Itali.
Ecossistemas de inovação no fomento ao empreendorismo
Os ecossistemas de inovação são terrenos frutíferos para pequenas e médias empresas, pois é possível fortalecer e impulsionar os negócios a partir das parcerias com atores de interesse.
De acordo com Natalia Canever, head de Ecossistemas de Inovação no Sebrae RS, esses ambientes são essenciais para o sucesso dos empreendedores. Dessa forma, estar inserido em um ecossistema gera diversas oportunidades de conexão.
“A partir dessas oportunidades, uma empresa inserida num ecossistema, num ambiente colaborativo, pode trazer inovações para o seu negócio”, afirmou. Essa troca pode ocorrer por meio de um contato com universidades, movimentos coletivos de uma cidade, comunidades e governos.
“Quando o ambiente está conectado, a inovação e o empreendedorismo se transformam. Para nós, como Sebrae, é importante que as empresas estejam engajadas com todo o ecossistema, com toda a governança, com as comunidades que estão inseridas e já formalizadas em alguns lugares”, completou.
É importante destacar que o Sebrae deve ser procurado sempre que o empreendedor precise de apoio para fazer com que sua empresa desponte, atingindo todo o seu potencial.
“Essas empresas que não sabem como chegar nesses atores importantes, que são as universidades, governos ou as Instituições de classe, elas podem contar com o Sebrae e se conectar para fazer essa ponte, que tem poder de trazer inovação, tecnologia e melhoria para o negócio”, disse.
O foco do Sebrae é sempre olhar para os ecossistemas de inovação, desenvolvendo o território através do empreendedorismo. Esse apoio ocorre antes mesmo do empreendimento existir, conduzindo as empresas desde os primeiros passos do processo.
“O Sebrae é um dos atores do ecossistema que consegue, por meio de programas de aceleração, auxiliar tanto startups em ações de tecnologia, quanto empresas no moldes tradicionais que precisam de apoio para melhorar fluxo de caixa, entrar no mundo digital e ou pensar na parte arquitetônica do negócio”, concluiu Natalia.
Com os grupos de parceiros que o Sebrae possui e ações de fomento ao empreendedorismo, que fazem parte do seu core business, é possível fazer esses projetos acontecerem e as empresas atingirem o sucesso.
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