Empreendedorismo com inclusão: Carolina Ignarra aponta oportunidades no mundo do trabalho

Referência no Brasil quando o assunto é diversidade, consultora parte de trajetória de superação pessoal para mobilizar empresas

Atualizado em: Leitura: 4 minutos

Espalhar pelo mundo a necessidade urgente de preparar, treinar e desenvolver pessoas para fortalecer a cultura de inclusão enaltecendo o respeito ao próximo – seja ele quem for, como for, onde for. Mais que um objetivo a ser cumprido, a missão de vida posta nas palavras da consultora Carolina Ignara revela um universo de oportunidades para quem atua no mercado de trabalho e busca soluções unindo empreendedorismo, inclusão e diversidade.  

Carolina Ignara aponta oportunidades no mundo do trabalho. Foto: Arquivo Pessoal.
Carolina Ignara aponta oportunidades em mundo do trabalho com mais inclusão. Foto: Arquivo Pessoal.

Trajetória de influência  

Aos 43 anos de idade, a consultora Carolina Ignarra é um dos exemplos mais expressivos no empreendedorismo nacional de quem não se permitiu acomodações. Cadeirante há mais de duas décadas após sofrer um acidente de moto, hoje ela coleciona realizações profissionais: muito mais do que meramente preencher o seu currículo, são marcos de quem possui uma trajetória única no que diz respeito à inclusão de pessoas com deficiência no mercado como força de trabalho e como público consumidor ativo. 

Apontada pela Revista Forbes no ano de 2020 como uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil e eleita a melhor profissional de Diversidade do País segundo a revista Veja em 2018, Carolina atua há quase duas décadas no desenvolvimento de programas de implantação da cultura da diversidade e da inclusão nas organizações, além de fomentar o conceito de inclusão socioeconômica de profissionais com deficiência. “É preciso cada vez mais quebrar as barreiras que atrapalham a inclusão e sensibilizar a sociedade para os benefícios da cultura de inclusão, ainda mais potencializada quando essa sensibilização ocorre por convicção e não por obrigação”, acredita. 

 

Inclusão de talentos 

Formada em Educação Física, pós-graduada em dinâmicas dos grupos e especialista em neuroaprendizagem, Carolina está desde 2008 à frente do Grupo Talento Incluir – www.talentoincluir.com.br/, ao lado da amiga de infância Juliana Ramalho. A iniciativa figura como um ecossistema de diversidade e inclusão que reúne diversas frentes de negócios: Consultoria de inclusão para pessoas com deficiência, Marketplace de inclusão e Inclusão de profissionais 45+ no mercado de trabalho. Como resultado, já colaborou para a empregabilidade de mais de 8 mil pessoas com deficiência em diversas frentes de negócios:  

  • Talento Incluir Consultoria – com soluções focadas nos pilares de D&I Conscientização, Contratação, Carreira e Acessibilidade e Consultoria Estratégica de Marketing e Comunicação para pessoas com deficiência. 
  • UinHub – primeiro e mais acessível marketplace do mundo para pessoas com deficiência. 
  • Talento Sênior – que aproxima e promove a combinação entre profissionais 45+ e empresas de qualquer porte. 
  • UinStock – primeiro banco digital nacional para a produção e venda de imagens de diversidade da população brasileira pouco representada.  

Empresas & oportunidades 

A evolução dos ambientes de trabalho tem se mostrado cada vez mais associada à qualidade diversa dos times que os compõem. A mistura das diferenças – idade, gênero, formação etc. – tem se comprovado benéfica para os ecossistemas corporativos – sejam eles pequenos, médios ou grandes. “Para inovar, para criar e para atender, todo mundo precisa ser considerado. O exercício de observar a diversidade ao nosso redor tira da invisibilidade representantes de marcadores sociais”, pontua Carolina.  

Segundo ela, as empresas têm hoje um papel fundamental para não deixar que o preconceito impacte a cultura organizacional para inclusão. São três importantes atitudes inclusivas que ajudam a promover um ambiente de segurança psicológica, acolhedor que reconhece, incentiva e valoriza as diferenças das pessoas. São elas:  

 

  • Conscientização: oferecendo informação sobre todos os grupos sociais e inserir o tema como indicador estratégico com métricas de desempenho para todos os setores. 
  • Inclusão: por meio de contratação de pessoas diversas respeitando a equidade e flexibilizando exigências que excluíam e faziam o mundo corporativo ser tão homogêneo. 
  • Continuidade de carreira: oferecendo plano de desenvolvimento profissional para pessoas dos grupos sociais e medindoa qualidade das contratações por meio de acompanhamento contínuo e formal das pessoas diversas e seus gestores diretos. 

A seguir, Carolina responde três perguntas e dá o seu parecer sobre o futuro desse e outros temas. 

O que você entende por inclusão? 

A inclusão é não deixar ninguém de fora. Agir contra atitudes opressoras e preconceituosas. É derrubar as barreiras que impedem o direito de qualquer pessoa aprender, trabalhar e buscar conhecimento quando, onde e como ela quiser, independentemente da sua cor, raça, religião, gênero e deficiência. Incluir é sinônimo de respeitar. É trazer cada vez mais aliados às causas de inclusão da diversidade, engajar as pessoas com humanidade e empatia. 

Quais suas perspectivas para o futuro? 

No geral, desejo um futuro mais inclusivo. Vale também traçar pequenas metas para comemorar cada conquista, por isso, espero que, no curto prazo, as pessoas com deficiência sejam consideradas nas trilhas de carreira profissional e para vagas de lideranças nas organizações. Que as escolas sejam mais inclusivas e que as famílias das pessoas com deficiência assumam seus filhos com deficiência e tenham possibilidade de troca com outras famílias, para que na base tenham bastante suporte e apoio. A pessoa com deficiência precisa dessa base familiar para protagonizar. 

Quais os maiores desafios até aqui? E o que lhe motiva? 

Ajudar o mundo a nos perceber tem sido o desafio de quem se dedica à inclusão da diversidade. É abraçar uma missão de espalhar pelo mundo a necessidade urgente de preparar pessoas, treinar, desenvolver, fortalecer a cultura de inclusão com uma única finalidade: o respeito ao próximo. Seja ele quem for, como for, onde for. Essa é a minha maior motivação. 

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