O Mercado de franquias é oportunidade

No universo do empreendedorismo, conquistas e desafios são conceitos que se intercalam quase que diariamente, por isso é importante ter um ponto de partida para iniciar ou reiniciar. Dispor de um modelo já estabelecido no mercado, como o das franquias, pode ser um bom caminho, pois isso dá força, direção e segurança.

E é a partir do entendimento dessas e outras questões que cada vez mais o mercado de franquias se expande no Rio Grande do Sul, e em todo o país, e aparece como oportunidade para investidores e empreendedores alavancarem ideias e soluções de mercado. Acompanhe abaixo o be-a-bá de Franquias e quem sabe surge uma ideia de negócio?

Como funciona?

É importante, primeiro, saber a diferença dos dois principais personagens que performam neste nicho.

• Franqueador: é aquele que já tem uma empresa e torna esse negócio franqueável, com uma visão estratégica na rede;
• Franqueado: é o investidor que compra uma franquia e executa a gestão do seu negócio.

A partir dessa relação, o franqueado passa a ter direito a:

1. Explorar os direitos de uso da marca e outros objetos de propriedade intelectual do franqueador;
2. Explorar os direitos de produção ou distribuição exclusiva ou não de produtos ou serviços em um mercado definido;
3. Utilizar métodos e sistemas de implantação, operação e administração de negócio ou sistema operacional formatado.

A Franquia, portanto, é a união de interesses de dois parceiros que trabalham sob um único sistema, buscando o sucesso e lucro mútuos.

Atratividade e diferenciais

Segundo a gestora de projetos do Sebrae RS, Jociane Ongaratto, a base que une franqueador e franqueado em um modelo próspero de negócios e dá vida a esse segmento da economia está ancorada em três grandes pilares. São eles:

Marca – Diferentemente de quando se idealiza um negócio “do zero” para atender a uma determinada demanda, quando se ingressa no mercado de franquias a solução – seja produto ou serviço – já existe. E ela é necessariamente forte e com boa posição no mercado.

Know How – O conhecimento técnico de como fazer é um dos principais diferenciais para quem busca se tornar um franqueado. Diferente de um empreendedor comum, aqui, além da marca, já existe um caminho pré-definido a seguir e algumas regras às quais deve se adequar junto ao franqueador. Embora isso não seja garantia de sucesso, a trajetória a ser percorrida já é conhecida.

Suporte – Seguindo os critérios particulares de cada franqueador, o empreendedor que se torna franqueado acaba por ter no primeiro a figura de um líder. Ao longo do desenvolvimento dos negócios, é a franqueadora que serve como modelo de referência. Para o investidor, isso significa não estar sozinho e contar sempre com uma rede de apoio.

“Quem busca empreender enquanto franqueado acaba por adquirir todo esse pacote de atratividade. A jornada, entre erros e acertos, é facilitada e impulsiona naturalmente o crescimento”, resume. Jociane.

O Perfil

Do ponto de vista do franqueador, não há uma regra explícita. Se é bem verdade que alguns negócios já nascem com a premissa de se multiplicarem no futuro, a tendência do mercado aponta que, na grande maioria dos casos, o olhar atento de empreendedores potenciais franqueados é que despontam para uma oportunidade de expandir um negócio aumentando o número de filiais.

Nesse ponto, quase sempre a expansão ocorre a partir da identificação de mercados geográficos que a marca possa atingir e a partir de um importante critério técnico: a viabilidade do negócio ser replicável. “O mais comum é expansão de negócios já estabelecidos, com atributos de reputação e valor agregado que são tidos como diferenciais”. explica Jociane.

Franqueadores têm persistência, comprometimento, e disposição de correr riscos calculados. Já por parte do franqueado é necessário que ele tenha um certo alinhamento exigido pelo empreendedor para que ele tenha sucesso no mercado.

Essas características e requisitos dependem do setor ou segmento em que a marca está inserida e, também, da cultura de cada empresa. De toda a forma, são características que contribuem para o sucesso de um franqueado: engajamento, comprometimento e envolvimento.

Veja algumas perguntas simples que, quando respondidas de forma positiva, são um indicativo de uma parceria viável.

• O franqueador está, de fato, comprometido com o resultado do franqueado?
• Possui a estrutura necessária para dar suporte à rede?
• Cumpre o que promete?
• Estabelece um relacionamento ganha-ganha?
• Envolve a rede franqueada nas decisões estratégicas?

“Ganha-ganha”

Premissa básica de qualquer negócio independentemente do seu segmento, prosperar é um verbo que está na base que sustenta a ideia do mercado de franquias. A própria natureza deste efervescente modelo de negócio indica uma política de “ganha-ganha” entre os seus dois agentes centrais – franqueador e franqueado.

Dentro do ecossistema do empreendedorismo, poucos exemplos são mais sólidos para representar o crescimento conjunto e a parceria como ferramenta de geração de negócios. Os números demonstram isso.

De acordo com dados de 2021 da Associação Brasileira de Franchising (ABF), há mais de 2.500 redes de franquias no Brasil e mais de 150 mil unidades franqueadas. O setor teve um faturamento superior a R$167 bilhões.

A Região Sul é responsável por 12,7% das unidades franqueadas no Brasil, sendo 7,19% no Paraná, 5,10%, em Santa Catarina e 5,46%, no Rio Grande do Sul. Em faturamento, o Sul representa 17,8% de todo território brasileiro

Diversidade de segmentos

Outro bom indicativo do mercado de franquias é sua abrangência e diversidade. Certamente quando alguém pensa, por exemplo, em fast food, algumas marcas globais consagradas vêm à cabeça, quase que de forma instantânea.

Embora com apelo mais popular – uma vez que saltam aos olhos do público como os exemplos mais tradicionais -, o setor de alimentação é apenas um dos muitos nichos de mercado em que franqueador e franqueados apertam as mãos e fecham bons negócios. Ainda segundo a ABF, no RS, alguns dos segmentos com maior participação são:

– Serviços e outros (26,6%)

– Saúde, Beleza e Bem Estar (15,4%)

– Moda (10,1%)

– Alimentação – food service (10,9%)

– Casa e Construção (8,7%).

Destes, dois setores têm destaque ainda mais expressivo do ponto de vista de faturamento quando considerando sua evolução desde o início da pandemia de Covid-19.

Na comparação do primeiro trimestre de 2020 com o primeiro trimestre de 2022, Saúde, Beleza e Bem-Estar tiveram variação positiva de 36,7%, ao passo que Casa e Construção de 20,7%. No Brasil, a tendência não foge ao cenário gaúcho. Os segmentos de Moda (13.5%) e Saúde, Beleza e Bem-Estar (13.4%) são os que mais cresceram na comparação 2022 / 2021.

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