Impactos na Horticultura do Rio Grande do Sul e Estratégias para a Recuperação

Conheça ações e recursos disponíveis para a recuperação da horticultura gaúcha após os eventos climáticos.

Atualizado em: Leitura: 3 minutos

impactos na horticultura - imagem de plantação

O Rio Grande do Sul enfrenta uma calamidade climática devido as chuvas intensas e enchentes. Na agricultura, segundo o monitoramento por satélite apresentado pela Embrapa Territorial, o impacto é observado em mais de 500 mil hectares atingidos, envolvendo cerca de 21 mil imóveis rurais em 255 municípios.  

A produção de frutas e hortaliças foram diretamente afetadas com inundações ou deslizamentos, mas também de forma indireta, devido aos longos períodos de dias nublados, baixa luminosidade e alta umidade do ar e solo, que reduziram desenvolvimento dos cultivos. Além disso, as dificuldades logísticas podem complicar o acesso aos insumos, equipamentos e serviços para a limpeza e retorno à produção, comprometendo o escoamento dos produtos hortifrutigranjeiros devido a bloqueios nos acessos aos centros de abastecimento. 

A área produtiva de culturas importantes, como alface, citros, erva-mate, fumo, maçã, milho-verde, noz pecã, pepino, pimentão, tomate e uva, foi bastante impactada em regiões como Vales do Rio dos Sinos, Caí e Paranhana, Vales do Rio Taquarí e Rio Pardo e Serra Gaúcha. As perdas incluem produtos destinados ao comércio e à merenda escolar. 

Diante desse cenário desafiador, é importante adotar medidas emergenciais e planejar ações de curto, médio e longo prazo para garantir a recuperação e a sustentabilidade dos negócios. Confira abaixo:

Ações de curto prazo

Diante da gravidade da situação, ações imediatas são importantes e sugeridas para minimizar os danos e iniciar a recuperação: 

  1. Avalie os danos: faça um levantamento detalhado dos danos na propriedade e nas infraestruturas para identificar as áreas mais comprometidas e as necessidades prioritárias. 
  2. Confira rotas alternativas: acompanhe as notícias e verifique as rotas para transportar produtos e serviços essenciais para recuperar sua produção e vender seus produtos. 
  3. Busque apoio técnico: busque apoio técnico e gerencial na avaliação dos danos e para desenvolver um plano de recuperação da sua propriedade rural. 
  4. Renegocie financiamentos: busque informações sobre a possibilidade de renegociação de operações de crédito rural em municípios afetados. A Resolução CMN nº 5132 do Banco Central do Brasil, permite às instituições financeiras adiar para 15 de agosto o vencimento das parcelas de crédito rural, com vencimento entre 1º de maio e 14 de agosto de 2024, em caso de emergência ou calamidade pública decretada entre 30 de abril e 20 de maio de 2024, com observações adicionais. 
  5. Acesse crédito: se após mapear os danos e necessidades, caso precise de crédito, busque os bancos que já possui conta para conferir as propostas. Conheça as novas regras para contratar crédito rural, como na Portaria nº 835, de 23 de maio de 2024 do Ministério da Fazenda, que regulamenta descontos em financiamentos para agricultores do Rio Grande do Sul afetados por eventos climáticos extremos. Indicaremos, ao final deste texto, uma página que reúne as principais linhas de crédito disponibilizadas para esse momento.  

Ações de médio e longo prazo

Para garantir a recuperação sustentável do setor de horticultura, medidas estratégicas complementares podem ser implementadas: 

  1. Revise e renegocie contratos comerciais: adapte as obrigações contratuais à nova realidade econômica, buscando suspensões temporárias quando necessário. Caso precise, busque apoio jurídico para essas revisões.  
  2. Diversifique mercados: buscar novos mercados pode ajudar a reduzir a dependência dos canais de venda locais afetados e a explorar novas oportunidades, tanto no país quanto no exterior. 
  3. Tenha políticas de seguro agrícola: possuindo seguro, é possível reduzir o impacto nas perdas decorrentes de eventos climáticos extremos. 
  4. Faça aperfeiçoamento técnico na sua produção: monitore pragas e doenças favorecidas pela umidade para manter a sanidade das plantas no pós-colheita, evitar o excesso de adubação nitrogenada, aumentar a disponibilidade de radiação solar para as plantas, planejar ações de manutenção ou novos cultivos no inverno e preparar para a possível ocorrência do fenômeno La Niña no segundo semestre de 2024. 

A recuperação do setor de horticultura no Rio Grande do Sul exigirá esforços contínuos e coordenados. Com o apoio de parceiros estratégicos, instituições financeiras e programas de apoio como o Sebrae, os produtores rurais podem reconstruir suas operações e continuar contribuindo para a economia local. 

Conheça os apoios disponíveis

Sabemos que o período é muito difícil para o RS, mas vamos enfrentar essa fase juntos. 🤝    

O Sebrae RS disponibilizou apoios que você pode conferir abaixo:  

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