Tudo o que você precisa saber sobre o que rolou no South Summit 2022
Confira as tendências de inovação para o seu negócio.
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Na última semana, Porto Alegre recebeu pela primeira vez o South Summit, uma das maiores conferências de inovação e tecnologia do mundo. O evento, original da Espanha, aconteceu de 4 a 6 de maio de 2022 e contou com mais de 400 palestrantes nacionais e internacionais, que compartilharam toda sua expertise em torno do ecossistema de inovação em 5 palcos.
O objetivo desse encontro é colocar o Brasil e a América Latina no mapa mundial da inovação por meio de conexões ativas entre startups, grandes empresas e fundos de investimentos mundiais. Além do foco em tecnologias em geral, o South Summit no Brasil contou com abordagens relevantes também em sustentabilidade.
A equipe do Sebrae RS aproveitou essa oportunidade e acompanhou os três dias de evento. O resultado desse encontro você confere a seguir com algumas das principais tendências abordadas nas palestras!
Tendências que marcaram as palestras
Experiência do cliente
O consumidor no pós pandemia exige que a sua experiência com a marca seja cada vez mais inesquecível. O desafio é tirar fricção da jornada de compra e oferecer conveniência. Um elemento importante nessa esfera é promover experiência de compra por meio de ações integradas visando atender as reais necessidades do cliente. Existem três pilares da integração de canais que o empreendedor deve conduzir para que essa estratégia funcione de forma eficaz. São eles:
Além disso, quanto mais digitais são as marcas, mais humanizadas elas precisam ser. A tecnologia é apenas um meio. As empresas escalam a partir de gente engajada no propósito e inquietas sobre a melhor experiência para o cliente.
Tendo isso em vista, as marcas devem se atentar à acessibilidade de suas plataformas digitais, bem como ao atendimento personalizado, aos novos serviços e à flexibilidade durante cada ponto de contato. Os negócios precisam resolver problemas das pessoas se quiserem estar em um lugar especial na vida delas. Uma pergunta para guiar a experiência do cliente é: por quê alguém dedicaria tempo para a sua marca?
Reflexos da ESG para os negócios
Uma tendência importante para a redução do impacto ambiental é a colaboração de marcas que utilizam energias renováveis com empresas varejistas. Um exemplo é a parceria da Volvo com o Starbucks, na qual a empresa de automóveis instala carregadores para os carros elétricos em frente às cafeterias. Os custos são compartilhados pelas marcas e a experiência do cliente é conveniente: o cliente toma um cafezinho enquanto aguarda o veículo carregar.
Mercado de segunda mão
O crescimento do mercado de segunda mão está sendo estimulado pelas mídias e refletem nas escolhas dos consumidores. A melhoria da estrutura das brechas físicas e o aumento do número de brechós online confirmam esta tendência.
Somente durante a pandemia, a abertura de estabelecimentos que comercializam produtos de segunda mão teve um crescimento de 48,58%, entre os primeiros semestres de 2020 e 2021, segundo levantamento do Sebrae, com base em dados da Receita Federal. O mercado de usados ainda tem espaço para crescimento.
Comunicação digital e crescimento de vendas
Modelos de negócios tradicionais estão conseguindo acelerar as vendas a partir de uma presença digital qualificada.
Um exemplo é o crescimento do mercado de vinhos que avançou a partir da desmistificação e democratização do consumo da bebida, comunicada em grande escala pelos canais digitais das marcas.
Inovação e negócios digitais
Inovar também diz respeito a manter a operação e arriscar novos projetos em paralelo. Para realizar o processo de inovação de forma correta, é importante construir uma cultura que coloque as pessoas no centro das decisões, utilizando metodologias ágeis e acessando tecnologias disponíveis e possíveis no contexto de cada negócio.
A evolução e crescimento digital surgem a partir da experimentação, repetição e avaliação dessas práticas em ciclos curtos. É uma maratona, não uma corrida de cem metros.
Metaverso
Entrar no metaverso significa que a marca deve promover uma nova experiência relevante para o consumidor. Mapear a jornada de uso é um importante componente estratégico nesse novo potencial “canal de vendas”.
Grandes empresas estão entrando para oferecer experiências de gamificação e se conectarem de uma forma divertida com seus consumidores.
O Futuro da Robótica
A robótica mostra o quanto seu avanço pode influenciar e melhorar as relações humanas entre si e com o mundo todo. Ela pode ser utilizada para serviços domésticos, indústria, medicina por meio de cirurgias, desenvolvimento de novos produtos, entre outras áreas. Um exemplo é a humanização da robótica para auxiliar no cuidado de idosos.
Inovação no agronegócio
As principais tendências observadas são o uso de dados pelo produtor, compartilhamento de informações, colaboração técnica e de gestão; e conexão com o mercado. Neste sentido, os setores precisam achar como engajar os produtores e mostrar que a tecnologia ajuda. Os agricultores têm a mente aberta para inovação.
Entretanto, produtos e serviços devem ser testados ao máximo, o produtor quer evoluir mas não pode perder tempo com testes que não sejam conclusivos e não agreguem valor. O caminho é mostrá-los como a tecnologia faz a fazenda produzir mais e com alta qualidade. Neste sentido, Startups e desenvolvedores de soluções devem ir a campo para conhecer a realidade e resolver os problemas com as tecnologias adequadas.
O futuro do agro é, também, da economia verde. O maior desafio para o agronegócio brasileiro é aumentar a produtividade e atender os requisitos relacionados à sustentabilidade. Produção em escala e sustentabilidade devem andar juntos.
Por isso, práticas agronômicas sustentáveis somadas ao uso de modelos de previsão acessíveis e assertivas são a busca das empresas rurais profissionais. Neste âmbito abrem-se diversas oportunidades como:
- Promover a conexão entre as soluções e novas tecnologias para levar a inovação na prática ao pequeno produtor. Agentes financeiros e de fomento e pesquisa podem ocupar este espaço;
- Parcerias, cooperação e construção conjunta promovendo cada vez mais a inovação aberta no agronegócio;
- Cada vez mais o produtor deve participar ativamente do processo de criação das soluções, seja para o próprio uso ou como nova oportunidade de negócio. O produtor rural deve atuar como “startupeiro”, criando e disseminando soluções para o setor;
- Robotização, rastreabilidade, sustentabilidade, descarbonização, integração de dados, fintechs com acesso inteligente ao crédito e digitalização da propriedade para preparar a estrutura ao ESG;
- Soluções que resolvam ou reduzam o desperdício e perdas no processo de produção e distribuição;
- Forte tendência do uso de bio insumos na atividade rural, gerando oportunidade para investimento neste segmento;
- Fundos de investimento procuram atividades que operem com desmatamento zero e busquem recuperar possíveis passivos ambientais com o uso de tecnologia;
- Empresas rurais devem focar cada vez mais na gestão correta dos insumos, genética, manejo, no calendário rural, captação e retenção de mão de obra e conexão com o mercado consumidor.
Sobre o South Summit
Realizado desde 2012 em Madrid, na Espanha, o South Summit é reconhecido como uma plataforma global de inovação e conexões entre os principais participantes do ecossistema empresarial.
A iniciativa já movimentou cerca de US$ 8,8 bilhões em investimentos. Sua última edição reuniu mais de 20.000 participantes e mais de 8.000 empresários – 7.000 deles corporativos – e 1.600 investidores com uma carteira de investimentos de US$ 135 bilhões.
A edição brasileira contou com a coprodução do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, South Summit Espanha e IE University, com apoio da prefeitura de Porto Alegre.
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Este artigo contou com o apoio dos colaboradores do Sebrae RS: Alcir Cardoso, Alexandre Peteffi, Amanda Paim, Candida Busatto, Carolina Niederaurer, Dafne Agarrallua, Fabiano Zortéa, Gustavo Moreira, João Neto, Maria Fernanda Silva, Natalia Canever, Paula Fogliatto, Roger Klafke e Sara Bonfanti.
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