Halloween: os 10 maiores medos que todo empreendedor tem sobre finanças
Muita gente que empreende vê as finanças com grande receio, parece um verdadeiro “bicho de sete cabeças”. Mas não precisa ser assim.
Atualizado em: Leitura: 6 minutos
O Halloween, o tradicional Dia das Bruxas de origem britânica e bastante popular nos Estados Unidos, está chegando. Comemorado no 31 de outubro, traz bruxas, mortos, monstros, duendes e todo um séquito de seres fantásticos para as ruas. Se é possível ter medo desses personagens fantasiados ou em filmes de terror, o mesmo não deve acontecer ao empreendedor quando encara os desafios de sua empresa. Muita gente que empreende vê as finanças com grande receio, parece um verdadeiro “bicho de sete cabeças”. Mas não precisa ser assim. Por isso é que desmistificamos os 10 maiores medos financeiros do empreendedor.
1 – O fantasma dos controles financeiros
Controles financeiros não são seres do além. Basta pesquisar para conhecer cada um. Os principais são:
- Controle Diário de Caixa, que diz respeito aos recursos disponíveis no ato para a empresa honrar seus compromissos. É preciso fazer diariamente as contas de entradas e saídas.
- Controle Bancário, que também é essencial para ter capital disponível, mas exige que o empreendedor esteja sempre com saldos atualizados das diversas contas bancárias da empresa e saiba todas as entradas e saídas diárias;
- Controle de Contas a Receber: é essencial, pois se refere aos pagamentos a prazo, normalmente os mais solicitados pelos clientes, e devem ser muito bem administrados, além disso, a concessão de crédito deve ser feita com muito cuidado para não gerar um elevado grau de inadimplência;
- Controle de Estoques, pois é preciso saber sempre como e quando investir, seja em matérias-primas para produção ou em compras de produtos acabados;
- Controle de Contas a Pagar: assim como você quer receber em dia os pagamentos acordados, seus fornecedores também querem. Desta forma você continua com crédito na praça e pode manter seu negócio funcionando;
- Controle de Custos e Despesas, que é uma forma de separar o que é Custo, que são os gastos feitos diretamente na produção, comercialização de um produto ou serviço ou na prestação de um serviço e que podem ser fixos ou variáveis; enquanto as Despesas são os gastos que não estão ligados diretamente no fluxo de produção e/ou comercialização.
2 – A múmia do Planejamento Financeiro
Planejar faz bem e deixa o terror só como item de festas e filmes. Planejamento Financeiro significa projetar receitas e despesas e é uma das principais ferramentas de controle do empreendedor.
É preciso começar pela projeção de receitas, baseada nas quantidades e preço unitário dos produtos/serviços ou dados históricos de vendas, com correções e ajustes que julgar necessários, levando em conta possíveis promoções, demanda do mercado, datas comemorativas, entre outros. O mesmo deve ser feito com as despesas, projetando os custos fixos e variáveis do negócio.
3 – O lobisomem do Fluxo de Caixa
Assim como ninguém quer ser vítima da maldição que transforma pessoas em lobisomens, é preciso ter um rígido controle do fluxo de caixa para evitar que sua empresa se transforme em um desastre financeiro.
Para fazer o fluxo de caixa corretamente, é preciso fazer registro de entradas e saídas com previsão para um determinado tempo. Assim, você terá informações suficientes para prever a necessidade de empréstimos ou mesmo de aplicações de valores excedentes para não perder dinheiro. Utilize uma planilha ou um aplicativo, registrando as Entradas previstas (baseadas em vendas já efetivadas e outras, como empréstimos) e as Saídas (pagamentos previstos por dívidas já assumidas).
Para auxiliar no controle do seu Fluxo de Caixa, nós temos uma ferramenta que permite identificar as contas a pagar e receber e verificar a disponibilidade de recursos em caixa para próximos períodos.
4 – O ogro do Capital de Giro
O Capital de Giro é um medo financeiro que não deve assustar ninguém. Trata-se apenas de uma parte do investimento que compõe uma reserva de recursos utilizados para suprir as necessidades financeiras da empresa ao longo do tempo.
É um capital necessário para cobrir custos e despesas da operação de acordo com prazos de vencimento de dívidas e compromissos, como fornecedores, salários, impostos, etc. Abrir mão do capital de giro pode causar problemas no Fluxo de Caixa.
Algumas variáveis que aumentam a necessidade de Capital de Giro são: compras à vista, redução nos prazos de pagamento aos fornecedores, aumento do prazo de pagamento para os clientes, lucro menor, inadimplência, estoques elevados, retiradas além da capacidade da empresa, entre outras.
Quer mais orientações sobre capital de giro? Clique aqui e acesse o nosso material sobre o assunto.
5 – A bruxa da Formação de Preços
Um elemento que pode assustar e mexer com as finanças é a definição de preços errados para seu produto ou serviço, o que pode afetar as vendas e todo o planejamento financeiro. Em vez de bruxaria, a formação de preços tem algumas variáveis bem calcadas na realidade:
- Cálculo, no qual são considerados os custos variáveis, fixos, de comercialização e margem de lucro;
- Políticas, estratégias e objetivos da empresa, que definem como a formação de preços é pensada de acordo com a filosofia do empreendimento;
- Diferenciais que os itens ofertados possuem;
- Preços praticados pelo mercado.
É preciso lembrar que nos custos devem entrar gastos com produção, comercialização e logística, salários e benefícios dos colaboradores, pró-labore do empresário, impostos, comissões, depreciação, energia, telefone, internet, aluguel, entre outros.
6 – O morto-vivo da separação das contas pessoais e empresariais
Como um morto-vivo que não dá trégua, a ausência de um planejamento de separação das contas pessoais das empresariais acaba levando muitas empresas literalmente para a cova.
Fazer retiradas pessoais em valores desconhecidos ou misturados com os valores da empresa mostra a necessidade urgente de fazer uma melhor gestão. O indicado é o empreendedor ter um pró-labore (um salário da empresa) e não sair do que está definido nesse valor.
Essa separação é fundamental, porque ao se definir o valor de pró-labore, é possível identificar o exato resultado operacional da empresa. Pode-se também identificar se esse valor está dentro dos parâmetros de realidade e dentro da capacidade da empresa de arcar com esse gasto e permite ao empresário a identificação dos valores efetivos retirados por ele da empresa, proporcionando um melhor planejamento pessoal e empresarial.
Caso haja mudança em qualquer variável, é preciso rever o pró-labore e não deixar que esse tipo de alteração faça com que o empresário passe a se utilizar do dinheiro da empresa para quitar compromissos pessoais, sob pena de acabar com o ponto de equilíbrio financeiro.
7 – O vampiro da inadimplência
Tal qual um vampiro que suga o sangue e a vida dos incautos, a inadimplência também pode drenar os recursos financeiros e matar sua empresa. A inadimplência é o não pagamento de compromissos financeiros até a data de vencimento e precisa estar sempre sob controle. Não precisa de cruz, alho, nem estaca de madeira. Esse é mais um dos medos financeiros que pode ser combatido, basta tomar algumas atitudes:
- Estabeleça uma política de crédito para os clientes de acordo com as capacidades de pagamento ou comprometimento de renda deles;
- Monitore constantemente os limites de crédito deles e veja se não estão sendo ultrapassados;
- Analise sempre quais são os valores não pagos e classifique-os de acordo com o tempo de atraso, como, por exemplo, 15, 30, 60, 90 e mais de 90 dias;
- Realize operações de cobrança regulares para diminuir as taxas de atrasos;
- Se estiver difícil cobrar, então pode ser o caso de recorrer a empresas especializadas nesse tipo de serviço.
8 – O monstro da falta de lucro
O objetivo primordial de um empreendimento é gerar lucro. Quando isso não ocorre, não é preciso se desesperar e sair correndo. Não é um monstro. Pode ser vencido. Avalie as opções. Muitas vezes, o faturamento é menor que os custos variáveis e os custos fixos. É preciso então diminuir esses custos e também aumentar o faturamento, por meio de mais vendas, promoções e inovações.
Ou, às vezes, você não está sendo econômico, ou seja, mesmo com as contas equilibradas, pode estar precisando poupar algum dinheiro. Além de manter a saúde financeira da empresa, é uma salvaguarda para tempos difíceis. Faça o Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) para identificar se sua empresa está tendo lucros ou prejuízos e, a partir daí, atue preventivamente ou corretivamente.
Aprenda a identificar e gerenciar seus custos em busca de garantir que eles não impactem negativamente no seu principal objetivo: ter lucro! Conheça nosso e-book Gestão de Custos:
9 – O Frankenstein do Ponto de Equilíbrio
Embora precise de alguns cálculos e elementos para ser previsto, o Ponto de Equilíbrio não é nenhum monstro feito de pedaços aleatórios como o famoso Frankenstein. Esse termo financeiro nada mais é do que o nível de faturamento ou receita que uma empresa necessita para cobrir seus custos variáveis e fixos.
É um cálculo essencial que demonstra o ponto exato em que não há lucro ou prejuízo, mas um equilíbrio exato entre receitas e despesas, e permite ter uma visão de quando efetivamente a empresa pode ter um bom horizonte de lucros ou um tempo de terror com prejuízos à frente.
O ponto de equilíbrio é calculado com a divisão dos custos fixos pela margem de contribuição relativa. Pode ser calculado conforme o valor (R$) necessário de receita ou quantidade de unidades a serem vendidas.
10 – O demônio do Balanço Patrimonial
O demônio está nos detalhes, diz o velho ditado. Mas a bem-aventurança também. É por isso que é preciso estar sempre a par de tudo em sua empresa para evitar que ela pereça. E saber qual é o patrimônio do empreendimento é essencial para uma boa administração, além de ser uma exigência da lei.
Com o balanço, você pode saber o quanto sua empresa tem de capital disponível e se tem muitas dívidas. Também mostra se o empreendimento tem recursos imobilizados em excesso (ativos fixos, como equipamentos e mobiliário), por exemplo, o que afeta a liquidez.
O cálculo reflete a posição financeira em um determinado momento, como, por exemplo, no fim do ano ou em qualquer data mais adequada à empresa. O balanço pode ser resumido de acordo com os seguintes cálculos: ativo = passivo + PL; aplicações = origens; bens + direitos = obrigações. A metáfora é a balança de dois pratos, em que um lado deve estar equilibrado com o outro. Se não estiver, há erros na contabilidade.
Portanto, por mais que os medos se apresentem, não tema e enfrente-os! Pois a grande característica do empreendedor é a coragem de encarar e superar desafios. Exorcize os fantasmas e monstros e deixe-os soltos somente nas festas do Halloween. Bons negócios para você!
Tem interesse em receber mais orientações sobre gestão financeira ou acesso a crédito? Conheça a nossa Consultoria Especializada em Crédito e Finanças:
Gostou desse post?
Conteúdo escrito por: