O timbre do sucesso: empreendedora cresce valorizando cultura e história missioneira

A tradição e a cultura que viraram negócio e ponto turístico da região.

Atualizado em: Leitura: 4 minutosNível: Básico

Filha de um ícone da música missioneira, Pedro Ortaça, a psicóloga, cantora, gaiteira e percussionista Marianita Ortaça identificou-se como empreendedora em 2018. Ela já tinha empreendido em 2011, quando, dois meses depois de formada em psicologia, abriu um consultório próprio. Mas foi após criar a grife Marianita Ortaça, que vende moda e produtos relacionados ao hábito de tomar erva mate, que Marianita percebeu estar trilhando uma caminhada como empreendedora.

Marianita sempre despertou o interesse das pessoas pelo seu modo de vestir. Quando procuravam a artista para saber em que local as pessoas poderiam comprar suas roupas, Marianita comentava que a produção era própria, com designs feitos pela mãe da artista e a confecção realizada pela costureira Marlene Santiago.

“Sempre vi que havia uma possibilidade de isso virar um negócio, mas eu não tinha aquela coragem nem uma visão de empreendedora”, conta Marianita.

 

 

Mas isso mudou quando ela contratou uma consultoria do Sebrae para o consultório de psicologia e conversou com a analista de relacionamento com clientes Eziane Augustin. Na época, Marianita foi incentivada a colocar as ideias no papel e fazer o projeto da nova empresa.

Continue a leitura e inspire-se com a história da Marianita Ortaça.

faixada da loja marianita ortaça - tradição gaúcha e o empreendedorismo

Vestindo a camiseta do sucesso

Com o incentivo Sebrae, Marianita viajou para São Paulo para participar de um congresso de psicologia, onde fez uma oficina de empreendedorismo positivo. “Vi, nessa oficina, o quanto aquilo que a Eziane tinha me falado lá no consultório e aquilo que o meu sonho me dizia tinham potencial. Voltei desse congresso e resolvi fazer uma camiseta com uma frase”, conta Marianita. Na sequência, ela fez uma foto da camiseta e postou no Facebook.

“Choveram comentários. Eram mais de 100 pessoas dizendo que queriam aquela camiseta”, recorda. Isso aconteceu no final de 2018. Na sequência, Marianita decidiu criar a marca e lançar um site próprio. No início de 2019, começaram as vendas on-line.

Do digital diretamente para as missões

Inicialmente, a ideia de Marianita era focar apenas no online, mas não demorou muito para ela perceber que precisaria ter um ponto físico de atendimento. “As pessoas da região começaram a comprar no site e iam ao meu consultório, e aquilo começou a dar tumulto porque eu estava atendendo e, daqui a pouco, chegava a pessoa ‘Oi, eu comprei uma camiseta pelo site, eu queria retirar aqui’, e eu dizia ‘Bom, tu podes me aguardar?’. E assim eu ia dando um jeito”, explica. Para atender esses clientes, ela transformou o consultório em um ponto de retirada de produtos. Até que no final de 2019 o local foi transformado em uma loja física da marca.

Meses após ter inaugurado a loja, de 40 m2, Marianita teve que fechar as portas por causa da Covid-19. As vendas digitais seguiram e a grife teve um ótimo desempenho nos dois primeiros anos da pandemia por causa de outra parceria com o Sebrae. “A gente entrou num programa chamado Varejo da Moda, que fez total diferença e foi transformador para o nosso negócio. Tanto que, no primeiro ano, ano de pandemia, nós crescemos 172% e, no segundo ano, crescemos 189%”, diz a empresária. Esses resultados foram alcançados pelo aprimoramento em diversas áreas, incluindo gestão e vendas.

“Depois disso, fizemos um plano de negócios para podermos migrar de uma loja de 40 m2 para nossa nova loja, a loja dos sonhos que eu imaginava para uns 10 anos de grife, que é uma loja temática, um verdadeiro galpão gaúcho, com lareira, palco, espaço para confraternização, um lugar de 400 m2”, detalha Marianita. Neste local, a empreendedora recebe ônibus com turistas, toca gaita, apresenta a história da marca e fala sobre as missões jesuíticas guaranis.

Uma marca com propósito

A empresa atua com estratégias diferenciadas para explorar um nicho muito particular. “Marianita Ortaça grife é uma marca que comunica a cultura do Rio Grande do Sul, especialmente a cultura das missões. Tudo que eu faço e crio na marca traz essa identidade, esse pertencimento, esse legado. As pessoas enxergam, compreendem, sentem o quanto essa marca tem algo diferente”, explica Marianita. Além de trabalhar com a história da região e com o legado musical de sua família, Marianita aplica conceitos de psicologia positiva em suas criações. “São preceitos de Platão, que eles aplicavam aqui e dava certo na sociedade missioneira, como coragem, justiça, temperança, transcendência. Eu preciso levar isso adiante”, complementa.

O perfil dos clientes

Quando criou a grife Marianita Ortaça, a empreendedora já pensava em atender ao público que gostava do seu trabalho como artista, assim como as pessoas que acompanharam a carreira de Pedro Ortaça e que viviam fora do Rio Grande do Sul. Atualmente, a grife atende a dois perfis principais de público: em maior número, gaúchos que vivem dentro ou fora do Rio Grande do Sul e compram – para si ou para presentear – os produtos oferecidos pela marca, e, em número pouco menor, turistas que visitam a região e se sentem encantados pela história das missões e pela proposta da grife missioneira, carregada de valores, mensagens e com um legado para defender.

O legado para o futuro

Marianita e equipe trabalham focados no objetivo de seguir crescendo com as vendas on-line e atraindo cada vez mais turistas para a loja em São Luiz Gonzaga. “A gente espera, mas também trabalha para que aconteça, que a marca cresça muito e que a gente atinja cada vez mais pessoas, que a gente tenha cada vez mais pontos para poder levar essa história, esse legado, essa cultura adiante. Então ter outros locais de venda está nos nossos projetos, ter lojas físicas e atingir mais pessoas. E, por que não, vender de maneira internacional? Alguns consultores do Sebrae já nos falaram isso, que essa marca tem potencial de sair do Brasil”, argumenta.

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Sebrae
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