6 pontos de atenção para o Agro gaúcho

Saiba quais os principais problemas que podem afetar a produção agropecuária.

Atualizado em: Leitura: 4 minutos

A cada novo ano surgem novos desafios e oportunidades para todos os segmentos. É importante estar preparado para encarar esses desafios e encontrar oportunidades de crescimento e melhorias para o agro. Confira agora os principais pontos de atenção.

1 – Custos

A preocupação com os custos de produção é o principal destaque para o agro em 2023. Muitos segmentos do agronegócio tiveram um reajuste de valor impulsionado pelas commodities ou simplesmente pela lei da oferta e demanda que rege toda a precificação dos produtos do agro, mas a dúvida é: será que esse reajuste foi o suficiente para cobrir o aumento dos custos com os insumos?  Os custos de produção representaram o principal gap produtivo de 2022 e com reflexos significativos na safra que inicia 2022/2023. Podemos considerar que alguns fatores contribuíram para o impacto no aumento dos custos, desde problemas de produção e logística, muito prejudicadas durante a pandemia, e principalmente o aumento mundial dos combustíveis e fertilizantes, agravados pela guerra entre Ucrânia e Rússia. Todos os setores apresentaram retração nos investimentos devido aos valores dos insumos, causando impactos principalmente em produtividade e na eficiência produtiva.

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2 – Mercado

A estimativa de safra brasileira terá um aumento de 11,8%, segundo o IBGE. O mercado interno segue retraído e em crise, sem perspectivas de melhora significativa para o próximo semestre, mas sobre uma análise da situação, a preocupação maior está no mercado externo. As exportações têm segurado preços e contribuído para o balanço positivo das commodities, porém a previsão é de aumento de safra em todos os países concorrentes do Brasil, portanto vai aumentar a oferta mundial de alimentos em 2023 e, com isso, o preço pode cair. Preços menores com custo mais alto diminuem ainda mais a rentabilidade e aperta as margens.

3 – Governo

O que esperar deste novo governo? Essa deve ser a principal dúvida do setor neste primeiro semestre do ano. Como será a nova política de governo para o agro em 2023 e as propostas de aumentar as taxas do setor agropecuário para compensar a perda de contribuição dos combustíveis? Será que vai haver, novamente, políticas diferentes para separar o agro por tamanho, criando rivalidade e animosidades entre a agricultura familiar de pequeno porte e os grandes produtores?  Como o novo governo vai lidar com as questões sobre o protecionismo europeu, que está criando barreiras comerciais sobre a compra de produtos do Brasil oriundos de áreas de desmatamento? Teremos que provar que a produção não foi realizada em áreas de desmatamento? Muitas são as incógnitas relativas a este novo cenário político do país, mas a única certeza é que o agro não para e a segurança alimentar precisa desta resiliência do pessoal do campo.

 

Agro em 2023. Homem e mulher conversando em meio a uma plantação.

4 – Tecnologia e Inovação

Nos últimos 32 anos a área plantada no Brasil cresceu 95%, segundo IBGE, e a produção cresceu 370%. Ou seja, a tecnologia e pesquisa são os grandes responsáveis por esse crescimento em produtividade por área. Ainda não chegamos no limite de produtividade e o papel da tecnologia e inovação podem contribuir para seguirmos crescendo. As startups e agritechs estão desempenhando um papel fundamental nessa busca por soluções que melhorem a eficiência produtiva e reduzem impactos ao ambiente.  Dentro desse tema podemos destacar as fazendas inteligentes, cada vez mais conectadas através de gestão de dados, gestão de imagens, precisão por metro, digitalização, genética e nanotecnologia.

5 – Clima

O bom e velho clima que tem o poder de alterar o preço dos produtos mais do que o produtor. Viemos de um desastre de safra no RS no último ano de 21/22 e as perspectivas para a nova safra de 22/23 não são das melhores. O fenômeno La Niña persiste para a próxima safra e temos que estar preparados. As poucas chuvas de dezembro vieram para acalentar um pouco o desanimo do seco novembro em plena época de semeadura.  Estamos vivenciando dificuldades de plantio significativas pela falta de umidade. A safra anterior registrou recordes históricos de perdas na produção e todas as expectativas estão para uma recuperação do prejuízo, mas ainda não será neste ano que iremos compensar os estragos da última safra. O país tem previsão de aumento de safra, mas no RS o clima não será muito favorável, além da situação do altíssimo custo de produção.  Será que aprendemos alguma coisa com a quebra de safra do ano anterior? Ainda precisamos evoluir muito em irrigação, manejo conservacionista do solo, manutenção de uma boa cobertura no solo para reter umidade e, principalmente, investir mais em seguro agrícola. Não podemos ficar à mercê do clima e ter o prejuízo que tivemos na safra anterior.

6 – Sustentabilidade

Energias renováveis e eficiência energética são temas que vão além da redução de custos e acabam entrando no contexto maior da Sustentabilidade.  Lembrando que energia é o escopo 2 de um inventário de Carbono que considera o balanço entre emissões, o estoque de Carbono no solo e as possibilidades de sequestro através dos sistemas produtivos. Podemos considerar que a “bola da vez” no agro são as possibilidades que estão se abrindo neste mercado de carbono.

Economia circular no agro é considerada a evolução em integração. O grande papel brasileiro foi no empenho em integrar sistemas de produção para evoluir em produtividade e avançar na eficiência produtiva. Aliado a isso, ganham força os conceitos e princípios de sistemas regenerativos na produção, que possuem o compromisso de melhorar os resultados produtivos, ecológicos e sociais.  Biotecnologia e bioinsumos para avançar na proposta de proteger as áreas produtivas e restaurar os habitats que fornecem os alimentos para toda a população do planeta. Muita atenção as oportunidades que estão surgindo sobre esse tema para não deixar passar o cavalo encilhado.

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