Bom para os negócios: diversidade gera valor de dentro pra fora
Independentemente do porte ou do mercado em que atuam, empresas diversas são mais inovadoras e criativas
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Em um mundo em constante transformação e com ecossistemas de trabalho com cada vez mais diversidade e conectividade, é difícil imaginar um negócio que não queira crescer, prosperar. Parece óbvio, mas um olhar mais apurado nos revela que por trás dessa estratégia elementar de qualquer empresa – grande, pequena ou micro – reside um atributo do empreendedorismo moderno que não somente pode, mas deve ser um atributo fundamental para geração de valor e novas oportunidades de ganho: a diversidade.
E engana-se quem pensa que o conceito é restrito a eventuais políticas dos departamentos de Recursos Humanos (RH) de corporações que detêm forte aparato financeiro e de infraestrutura. Engana-se também aqueles que tratam da diversidade como um conceito ideológico raso – ou até partidário. “Diversidade é sinônimo de inovação, um propulsor de ideias e soluções criativas. E é a inovação que permite a geração de valor e o crescimento dos negócios”, explica o consultor Ivan Guevara, um dos líderes da Pride Connection Brasil.
Com presença em diversos países, a iniciativa fortalece laços entre as empresas, de diferentes portes e nichos, e auxilia no desenvolvimento de estratégias e boas práticas mais assertivas ligadas à atuação de pessoas da comunidade LGBT+ e suas interseccionalidades. Desde 2018, ela possui um hub no RS, o qual conecta empresas da Região Sul do Brasil. Hoje, além de conectar as empresas e pessoas pelos objetivos já citados, o grupo está encontrando sua missão em conectar diferentes regiões do Brasil em um movimento coeso e cada vez mais forte pela diversidade e inclusão.
Diversidade e seus múltiplos
Imagine se todos os homens que trabalham em uma determinada empresa, por exemplo, fossem taxados e descritos com o mesmo perfil profissional: os mesmos atributos, as mesmas qualidades, as mesmas capacidades de trabalho, os mesmos defeitos, as mesmas aspirações, intelecto e nível de comprometimento. Ou ainda: todas as pessoas entre 25 e 35 anos de idade. Ou todos aqueles de pele parda. Ou todos aqueles nascidos em determinado mês do ano. Ou região do País/Estado.
O parágrafo acima ilustra de forma simples dois elementos fundamentais para melhor compreender o tema da diversidade. Primeiro, é impossível – e injusto – classificar as pessoas em grandes recortes de forma uniforme. Já o segundo quesito, complementa o primeiro: são inúmeros os recortes de diversidade que compõem o perfil de um ser humano. Gênero, raça, sexualidade, fé, nacionalidade, nível escolar, por exemplo, são apenas alguns deles. Poucos, até. A lista é infinita. E que bom que seja.
Diversidade é ferramenta
Não há dúvidas de que os ecossistemas empresariais dos mais diferentes segmentos de mercado estão cada vez mais atentos ao conceito de diversidade, uma das bandeiras da geração nascida nos anos 2000 e que hoje ajuda a compor os times de trabalho nas empresas. Entre outras frentes, o tema tem ganhado maior representatividade por meio das políticas de ESG – do inglês, sigla para o tripé de governança, social e ambiental – que permeia a atuação das organizações mais atentas ao ambiente em que atuam.
Guevara lista alguns dos principais atributos desenvolvidos a partir da troca de ideias de um time diversificado.
- Inovação
- Criatividade
- Engajamento
- Melhora da imagem corporativa.
Melhor do clima organizacional
- Melhora das conexões comerciais
Diversidade em números
O que o consultor aponta é corroborado pela pesquisa “Diversidade, equidade e inclusão nas organizações”, conduzida pela gigante norte-americana Deloitte e que deu luz ao tema ao ouvir 215 empresas entre os meses de agosto e setembro de 2021.
Duas questões espontâneas demonstram a relação direta entre diversidade e desempenho favorável dos negócios, conforme abaixo:
“Em geral, as ações de diversidade, equidade e inclusão…
- 87% …trazem benefícios ao negócio.”
- 84% …geram valor ao negócio.”
- 81% …contribuem para a inovação.”
- 76% …melhoram a qualidade da força de trabalho.”
- 69% …aumentam a retenção de profissionais.”
“ Em minha empresa, as ações de diversidade, equidade e inclusão…
- 42% …estão alinhadas às premissas de ESG.”
- 37% …têm contribuído para a mudança organizacional.”
- 21% …realmente são prioridade.”
- 18% …têm alto nível de adesão dos profissionais.”
- 12% …seguem um checklist padrão.”
“Empresas que internamente, por essência, devem gerar lucro, e valor aos seus clientes, também podem e devem desempenhar um papel social relevante no que diz respeito à inserção e educação de pessoas que por qualquer motivo tiveram menos oportunidades de desenvolvimento. Um empreendedor que tem um negócio de pequeno porte pode sim ser também um desenvolvedor de talentos”, resume Guevara.
Ainda segundo o levantamento, questões como desenvolvimento de carreiras, representatividade em cargos de liderança e adoção de indicadores e metas de inclusão claramente ainda figuram como alguns dos desafios ainda a serem transpostos.
No campo teórico, a diversidade pode ser entendida apenas como um conceito, ainda ponto de partida do aprendizado para muitos. Para os profissionais e empresas de hoje, contudo, ela figura como uma ferramenta para geração de valor e de negócios que poderá garantir um amanhã mais próspero, inclusivo e sustentável.
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