NRA Show 2025: automação, dados e a importância da liderança humanizada
O que aprendemos na NRA Show 2025 sobre eficiência, tecnologia e o valor da liderança no foodservice.
Publicado em: Leitura: 4 minutos
A NRA Show, maior feira de gastronomia do mundo, reúne as principais novidades em alimentos e bebidas, tecnologia, inovação, gestão e comportamento de consumo em um só lugar. A cada edição, milhares de profissionais do setor se encontram para trocar experiências, conhecer tendências e entender como as transformações do mercado podem ser aplicadas em diferentes realidades.
No primeiro dia de evento, falamos aqui no blog sobre o papel da inteligência artificial e da automação na segurança alimentar, gestão de processos e experiência do cliente. Agora, vamos mergulhar nos aprendizados do segundo dia, com debates sobre liderança, dados, tecnologia com propósito e o futuro da alimentação fora do lar.
Confere com a gente os principais insights do segundo dia de feira!
Gerentes mais preparados, negócios mais rentáveis
A palestra “Smarter Managers, Stronger Profits” destacou o papel estratégico do gerente na operação dos negócios. Na atual economia, de margens apertadas e escassez de mão de obra, o gerente se torna uma figura central para manter a performance do restaurante.
Clinton Anderson, CEO da Fourth, reforçou que a tecnologia deve ser usada para liberar os gerentes de tarefas operacionais e apoiá-los com dados e ferramentas que ajudem na tomada de decisão.
Já Bryan Batson e Pritam Daniel trouxeram exemplos práticos do impacto de uma boa gestão no dia a dia. Quando o gerente é valorizado, treinado e apoiado com ferramentas adequadas, ele influencia diretamente na consistência da operação, na experiência do cliente e até na motivação da equipe.
Para os pequenos negócios, isso significa investir em formação, mentorias e ferramentas simples que ajudem os líderes a interpretar dados e planejar melhor o dia a dia. Um bom gerente não precisa dominar tudo, mas deve ter o suporte necessário para liderar com eficiência.
Automação e segurança: menos erro, mais eficiência
Outro destaque da NRA Show foi a palestra sobre automação e segurança alimentar, com participação de especialistas da SmartSense e do Dr. Larry Payton, referência em operações com alto risco sanitário.
Eles mostraram como sensores e registros digitais ajudam a prevenir problemas, evitar desperdícios e garantir segurança alimentar em tempo real. Para eles, o controle manual, feito com caneta e papel, é falho e lento, sujeito a erros que podem passar despercebidos por muito tempo.
Desta forma, a automação entra para criar uma cultura de segurança diária, entregando instruções exatas na hora certa para que mesmo equipes novas saibam exatamente o que fazer. Isso evita riscos graves e impede que teu negócio sofra com erros evitáveis.
O mais importante? É possível começar pequeno: um checklist digital, um termômetro confiável ou um app gratuito já fazem diferença.
A automação, nesse contexto, não é luxo: é ferramenta de gestão e prevenção. Ela reduz falhas humanas, economiza recursos e fortalece a confiança do consumidor.
Liderança com propósito: tecnologia que conecta, não afasta
No Keynote ’25 da NRA Show, Carla Hall reforçou a importância da liderança empática. Junto com Michelle Korsmo e Lindsey Petrovic, a conversa apresentou maneiras práticas de equilibrar tradição e inovação, mantendo as pessoas no centro da estratégia.
Para as palestrantes, a liderança não é sobre hierarquia rígida, mas sobre observar, entender e desenvolver talentos individuais, ajudando cada pessoa a encontrar o seu brilho e fazer os olhos da equipe brilharem de verdade.
E para garantir uma conexão duradoura não só com a clientela, mas com o time, é necessário abraçar a inovação sem perder a essência, adotando tecnologias que facilitam a rotina e promovem eficiência, mas que respeitam a identidade do negócio.
Afinal, o consumidor hoje é mais exigente e segmentado, esperando comunicação personalizada e conveniência, o que aumenta a complexidade operacional e torna o uso inteligente da tecnologia ainda mais necessário.
As líderes defenderam que a tecnologia deve, portanto, ser acessível, útil e desenhada para empoderar quem está na linha de frente. O uso de inteligência artificial, por exemplo, só faz sentido se melhorar a tomada de decisão, aumentar a eficiência e facilitar a rotina da equipe.
Nos pequenos negócios, isso se traduz em soluções simples, mas que fazem diferença: usar IA para prever demanda, criar conteúdo com base em buscas reais dos clientes ou ajustar cardápios a partir dos dados de venda.
Gestão com dados: mais margem, menos desperdício
A palestra “Predictive Models for Profitable Outcomes” trouxe para a NRA Show um tema muito importante: como dados bem organizados podem transformar uma operação. Ken Baker, da rede Hawkers, explicou que nos seus empreendimentos ele detalhou o processo de padronização de dados do estoque, previsão de vendas e análise de tempo de preparo, tudo para tomar decisões mais assertivas.
Com relatórios simples, feitos junto com a equipe, a empresa conseguiu melhorar a escala de trabalho, reduzir desperdício e aumentar a margem de lucro. E o melhor: sem ferramentas mirabolantes, apenas com organização e escuta ativa.
A grande lição? Não é sobre ter o sistema mais bonito, mas o mais útil. Como disse Ken: “O dashboard precisa fazer o time se sentir seguro, confiante e dono da decisão.”
Para os empreendedores, é possível começar a mudança revisando os dados já existentes: vendas por dia, tempo médio de preparo, itens mais vendidos. Com essas informações, é possível ajustar escala, produção e até o layout da cozinha.
Diferença de mercados: EUA e Brasil
Nesse segundo também rolou um workshop exclusivo da nossa imersão na feira, que foi conduzido por Sérgio Molinari, especialista em foodservice. Durante o bate-papo, tivemos acesso a um panorama detalhado sobre as diferenças e semelhanças entre os setores de alimentação fora do lar dos Estados Unidos e do Brasil.
Ao longo da conversa, o palestrante destacou como o mercado norte-americano, apesar de maior e mais profissionalizado, enfrenta desafios parecidos, como margens apertadas e a necessidade de inovação constante.
Entre os principais aprendizados, Sérgio apontou a importância de repensar o tamanho das porções para públicos mais saudáveis, o uso estratégico da tecnologia para eficiência operacional e a necessidade de construir valor para além das promoções, focando em fidelização e experiências memoráveis.
Essa troca mostrou que pequenos negócios brasileiros podem crescer e se diferenciar ao adaptar tendências globais ao contexto local, investindo em operação inteligente, expansão planejada e um atendimento que combine hospitalidade com agilidade.
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