Turismo no Rio Grande do Sul: impactos e estratégias de recuperação

A recente calamidade climática no Rio Grande do Sul impactou o setor de turismo com regiões inteiras diretamente atingidas com as cheias, a falta de mobilidade devido aos bloqueios e danos nas rodovias e a paralisação do aeroporto Salgado Filho.  

Todo esse impacto também é sentido pelas empresas. De acordo com o Observatório de Turismo do Estado, 67% dos atrativos privados e 53% das atrações públicas foram diretamente afetados. Além disso, 82% das empresas do setor tiveram suas operações reduzidas ou canceladas devido à paralisação do mercado, resultante da ausência de turistas. 

Na região das Hortênsias (Gramado, Canela, Nova Petrópolis, São Francisco de Paula e Picada Café), estima-se um prejuízo de R$ 550 milhões decorrente do fechamento do aeroporto até a data prevista. Para o mês de maio, a perda é de aproximadamente R$ 150 milhões, segundo o SINDTUR. A demanda por hotéis, restaurantes, atrativos e parques baixou drasticamente, uma vez que o fluxo de turistas é mínimo devido aos acessos restritos e a indisposição de viajar nessas condições. 

Os empregos gerados pelo setor estão em risco, com muitas empresas adotando férias para as equipes e reduzindo o horário de atendimento ao público. Já se estimam 20% de demissões, de imediato, e esse número pode aumentar se a retomada do setor for lenta. 

O caminho para superar esse momento que paralisou o turismo é longo. Será necessária a articulação e a cooperação do trade turístico para pautar as necessidades prioritárias do setor, o apoio fundamental dos governos (municipal, estadual e federal) e a resiliência das empresas para sobreviverem.  

Para superar as dificuldades, será necessário estimular a importância do consumo local, do lazer e das viagens para manter a cadeia produtiva do turismo gaúcho. É a hora de mobilizar a nossa gente para descobrir o RS, participar de campanhas e ações de promoção dos destinos. O Viva o RS é um projeto que visa promover as experiências, acesse: 

ACESSE AQUI

O Viva o RS é uma plataforma que conecta empresas e turistas. As empresas do setor, interessadas em fazer parte, podem se cadastrar no Viva o RS que oferece estratégia de vendas e e-commerce para parceiros, facilitando conexões com empresas de hospedagem, transporte e reservas. Nela, os turistas recebem dicas para explorar a natureza e a gastronomia do Rio Grande do Sul, onde é possível encontrar passeios por motivação ou região, com informações completas de valores, fotos, vídeos, tudo isso com a curadoria de uma equipe que viajou pelo estado buscando as melhores indicações de locais e atrações.   

Diante desse cenário, conheça ações de curto, médio e longo prazo para implementar em sua empresa e os apoios oferecidos para esse momento:   

Ações de curto prazo

Para as empresas do setor de turismo, diretamente impactadas pelas enchentes, são recomendadas as seguintes ações imediatas: 

1. Avalie a situação: é preciso avaliar o impacto em sua empresa, incluindo danos à estrutura, instalações, equipamentos e na equipe.
2. Renegocie com fornecedores e credores: indicamos negociar imediatamente para evitar negativação e protestos, o que pode ser importante para acessar linhas de crédito futuras, em caso de necessidade.
3. Renegocie financiamentos: se possuir algum financiamento ativo, entre em contato com o banco para obter informações sobre campanhas específicas e negociar diminuição de parcelas e períodos de carência. Muitas instituições financeiras estão com condições especiais para ofertar nesse momento.
4. Faça o cadastro no CADASTUR: se ainda não estiver registrado, faça o seu cadastro no CADASTUR, que também é um pré-requisito para acessar financiamentos por bancos oficiais e medidas provisórias como o PERSE, um programa criado para apoiar o setor de eventos. Saiba mais sobre o PERSE clicando aqui.
5. Verifique a cobertura de seguros: verifique se sua empresa não tem seguros incluídos em financiamentos habitacionais e/ou automotivos, revise suas apólices de seguros residenciais, comerciais e automotivos e, se necessário, busque auxílio jurídico em caso de negativa de cobertura.
6. Revise sua estratégia de marketing digital: crie ou adapte sua comunicação com os clientes, oferecendo alternativas como compras antecipadas ou campanhas de apoio à reconstrução do negócio, destacando as formas de acesso e os avanços na reestruturação das cidades. Importante considerar como público principal o gaúcho, já que o turista brasileiro terá maior dificuldade de acesso em razão do aeroporto. 

Ações de médio e longo prazo

Para o planejamento de retomada até o final do ano, as seguintes fases são recomendadas: 

1. Sobrevivência: foque na contenção de despesas, melhorias e racionalização de processos, revisão de margens e canais de venda, busca de crédito emergencial, quando necessário, e apoio governamental. As empresas em cidades com decreto de calamidade terão condições diferenciadas de linhas de crédito. Confira as informações de acesso ao crédito nas ações de apoio, que serão apresentadas ao final do texto.
2. Estruturação: estabeleça parceria com outras empresas, adapte produtos e experiências que apoiem as localidades e as pessoas atingidas, gerando engajamento e mantendo um faturamento mínimo.
3. Recuperação: concentre esforços em captar clientes e vender, participe de campanhas de promoção do destino regional e busque oportunidades de redução de custos para aumentar a lucratividade.

Conheça os apoios disponíveis

Sabemos que o período é muito difícil para o RS, mas vamos enfrentar essa fase juntos. 🤝     

O Sebrae RS disponibilizou apoios que você pode conferir abaixo:   

JUNTOS PELO RS

Confira as principais informações, determinações e medidas de apoio aos micros e pequenos negócios afetados pelas enchentes do RS. Nessa página você confere informações sobre legislações, tributos, iniciativas financeiras, notícias, demais apoios e nossos canais de atendimento. Saiba mais:      

ACESSE AQUI

Outras fontes de informação importantes para o setor

• Sebrae RS: regionais do Sebrae RS
• ABRASEL: Associação Brasileira de Bares e Restaurantes
• SINDTUR: Sindicato de Turismo
• SINDHA: Sindicato de Hospedagem e Alimentação
• SEGH: Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria
• SETUR: Secretaria de Turismo do Estado
• Federações Empresariais e Centros de Pesquisa: Diversas federações e universidades