Foodtech gaúcha faz sucesso no mercado de alimentos funcionais

Já ouviu falar em foodtech? Em um mundo onde a tecnologia modifica constantemente nossos hábitos e estilos de vida, não nos surpreende que ela também esteja redefinindo a maneira como produzimos, distribuímos e consumimos nossos alimentos. É nesse contexto que surgiram as foodtechs, empresas que unem a paixão pela gastronomia com a inovação tecnológica.

Essas startups estão moldando um futuro onde a comida é mais acessível, personalizada e sustentável. Por isso, trouxemos aqui o caso de sucesso da foodtech Weecaps, uma startup gaúcha que trabalha para fazer a comida do futuro.

Como tudo começou

Em 2020, depois de estudar e de aprimorar a técnica de microencapsulação de probióticos durante o mestrado e o doutorado, a tecnóloga em alimentos Thaiane Marques da Silva optou por levar sua técnica inovadora ao mercado. E foi assim que se iniciou a pré-incubação da Weecaps na Pulsar Incubadora Tecnológica, atualmente vinculada ao InovaTec UFSM Parque Tecnológico.

Nessa fase, Thaiane convidou a colega de laboratório e então mestranda em Tecnologia em Alimentos, Cassandra de Deus, para integrar o projeto. Em seguida, também passaram a fazer parte do time: o administrador Arthur Borges, responsável pelo marketing do negócio; Rogério Assis Brasil, mentor da empresa e advisor de mercado; e James Carvalho, que assumiu o setor financeiro da Weecaps.

Fase da pré-incubação

Como mencionamos anteriormente, o projeto da Weecaps nasceu no ambiente da Universidade Federal de Santa Maria, onde Thaiane desenvolveu sua pesquisa. A instituição incentiva que projetos inovadores passem pela fase da pré-incubação. Essa fase durou cerca de seis meses e serviu para que Thaiane e Cassandra fortalecessem a técnica da microencapsulação e desenvolvessem melhor a escrita e as apresentações do pitch da startup.

O começo oficial

Passada a fase da pré-incubação, chegou a hora da Weecaps dar os primeiros passos como foodtech. No início de 2021, durante a incubação, com um planejamento de 24 meses pela frente, a equipe trabalhou em três frentes:

• 1ª: avançar com a técnica da microencapsulação dos probióticos. 
• 2ª: participar de eventos e preparar a empresa para ganhar os primeiros três editais de apoio à inovação, o que ocorreu em 2022.
• 3ª: definir o posicionamento da empresa no mercado. Optou-se pelo modelo de open innovation (inovação aberta) para trabalhar em parceria com indústrias para desenvolver seus primeiros produtos.

Aproveitando a boa fase dos negócios para as foodtechs

A startup gaúcha atua em um nicho de mercado que não para de crescer no Brasil e no mundo. Segundo a Allied Market Research, o mercado de alimentos funcionais mundial, que integra os segmentos de saudabilidade e bem-estar, foi avaliado em US$ 178 bilhões em 2019, e a estimativa é a de que esse número chegue a US$ 268 bilhões em 2027.

Além disso, um estudo da McKinsey, desenvolvido em parceria com a plataforma de dados Scanntech, em 2022, revelou que o mercado de alimentos saudáveis e que promovem bem-estar deve crescer 9% ao ano no Brasil e chegar a 20% do total de alimentos embalados em 2030.

Probióticos para além dos lácteos

Após pesquisar sobre o mercado da saudabilidade no Brasil e em outros países, a equipe da Weecaps procurou conhecer melhor o segmento dos probióticos. Nesse contexto, descobriram poucos produtos com microrganismos vivos para além dos lácteos. 

Mas, com a técnica da microencapsulação, entenderam que poderiam ajudar a indústria a formular outros produtos com probióticos, o que passou a ser o foco da empresa. “Percebemos que o mercado estava e está sedento por novidades. Com isso, começamos a falar com pessoas de fora do país e, depois, pessoas do país. A maior sacada foi falar que nossas microcápsulas são inteligentes. Elas rompem onde a gente determinar”, destaca Rogério, advisor de mercado da empresa.

Vencedores de três programas

Em 2022, a Weecaps conseguiu participar e ganhar três chamadas de programas de incentivo à inovação. Foi com esses recursos que a empresa ampliou a equipe e se aproximou da indústria pela primeira vez.

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