Como liderar pessoas e negócios em um mundo exponencial

Vivemos um mundo cada vez mais acelerado, no qual as mudanças não demoram a acontecer e chegam às empresas independentemente do segmento ou tamanho.

Esse é o mundo exponencial que, mais cedo ou mais tarde, vai alterar a realidade de todos os empreendedores. Antes, as empresas cresciam 10% ao ano e o mundo se transformava pouco a pouco. Agora, toda essa realidade está multiplicada.

“Quando a gente fala em um mundo exponencial, fala em um mundo em uma velocidade incrível e acelerada. A velocidade da mudança hoje já ultrapassa a capacidade de adaptação do ser humano médio. Neste mundo exponencial, pessoas, lideranças e negócios precisam ter uma capacidade de adaptação infinitamente maior.”

Marcus Ronsoni, fundador, responsável técnico e diretor executivo da Sociedade Brasileira de Desenvolvimento Comportamental. Em entrevista, ele fala sobre a liderança nesse cenário desafiador.

Os três pilares para tornar-se uma empresa exponencial

Quem está se saindo bem nesse cenário são as organizações e as empresas exponenciais. “É uma empresa que pensa em crescer de forma exponencial, ou seja, não linear. Então eu vou dobrar, triplicar, multiplicar por dez. O que eu preciso fazer? O que do meu modelo eu preciso modificar?”, provoca Marcus.

Para o especialista, quando lideranças pensam no desafio de crescer de forma exponencial, muitas vezes se sentem desanimadas porque têm a sensação de que não vão dar conta, de que precisam ter superpoderes. Por isso, o primeiro pilar passa pelas pessoas.

“Qual é a maneira com a qual as lideranças que estão dando certo estão fazendo isso? Engajando outras pessoas, porque sozinhas elas não conseguem. Então preciso fazer com que a liderança seja muito mais um maestro do que um cavalo que puxa carroça.”

Marcus explica que o principal desafio na busca por empresas exponenciais é a gestão de pessoas.

O segundo pilar envolve o alcance de resultados, outro tópico comentado pelo especialista. Para tornar a empresa exponencial, a liderança deve pensar grande e identificar o que impede o negócio de melhorar o desempenho atual.

Já o terceiro pilar na busca por empresas exponenciais é o da transformação. “Eu preciso ser um bom líder transformacional. Nós temos muitos líderes transacionais que estão muito mais preocupados em entregar metas, olhando [mais] para o resultado do que pensando os próximos dois, três, quatro, cinco anos”, observa Marcus, ou seja, o líder transformacional deve estar atento às novidades e antecipar-se às tendências sempre que possível.

“Preciso entender as novidades para que eu possa fazer mais do que me adaptar ao que está mudando, e sim ser um promotor de mudança para levar o meu negócio ao patamar do desafio elevado que estou criando”, complementa.

Habilidades que uma liderança exponencial precisa desenvolver

Um desafio para as empresas que querem enfrentar o mundo exponencial é deixar para trás o modelo baseado em “comando e controle”. Para isso, as lideranças devem criar engajamento, maturidade, desenvolvimento e levar as pessoas a pensarem como donas do negócio. “Nós temos clareza que as pessoas trabalham para elas, não para uma organização. Então eu preciso criar um processo ganha-ganha em que as pessoas pensem como donos”, defende o especialista. Entre as competências que as lideranças precisam desenvolver, Marcus cita as seguintes: entender como o ser humano reage aos estímulos; adaptar-se; trabalhar para liderar as mudanças; desenvolver a compreensão empática (pensar como a outra pessoa sente) e fornecer um ambiente de trabalho com “segurança psicológica” que permita que as pessoas criem e sugiram novas ideias.

Dicas para quem deseja tornar-se uma liderança transformadora

Mudanças velozes trazem desconforto, e a primeira dica de Marcus para que líderes atuem nesse contexto é que se movimentem. “Eu preciso ser mais ousado, ir atrás, testar coisas novas e errar rápido e várias vezes. Errar várias vezes significa que eu estou tentando muitas coisas. Errar rápido significa que eu não fiquei perdendo tempo com elas. Eu errei, já aprendi e fui pra frente”, recomenda Marcus, que incentiva os empreendedores a aprenderem sobre conceitos de startups. Outra dica do especialista é que os líderes façam benchmarking sobre os problemas centrais de suas empresas e busquem lideranças de empresas que estão enfrentando essas questões para trocar experiências.

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